Descoberta de estranhas chaminés no fundo do Mar Morto surpreende cientistas
Únicas no mundo, as formações incluem estruturas que chegam a mais de sete metros de altura
Pesquisadores encontraram estruturas em forma de chaminés no fundo do Mar Morto, que expelem um fluido salino brilhante. Essas formações, chamadas de “fumadores brancos”, são únicas no mundo e estão diretamente relacionadas à dinâmica das águas subterrâneas e à salinidade do lago. Um estudo sobre a descoberta foi publicado no periódico Science of The Total Environment.
Essas estruturas se assemelham muito aos fumadores negros do fundo oceânico, mas o sistema é completamente diferente”, afirmou o hidrólogo Christian Siebert, líder do estudo e pesquisador do Centro Helmholtz de Pesquisa Ambiental (UFZ), na Alemanha.
Ao contrário dos fumadores negros, que liberam água quente a grandes profundidades oceânicas, as chaminés do Mar Morto emitem salmouras altamente salinas formadas por processos geológicos locais. As formações podem crescer centímetros em um único dia e incluem estruturas que chegam a mais de sete metros de altura. Segundo Siebert, a água subterrânea passa por camadas espessas de sal-gema, dissolvendo o mineral e emergindo no lago.
Como a densidade dessa salmoura é ligeiramente menor do que a da água do Mar Morto, ela sobe como um jato. Parece fumaça, mas é um fluido salino”, detalhou o cientista.
Além de seu caráter impressionante, essas chaminés podem servir como indicadores precoces da formação de dolinas (crateras de afundamento que têm assolado a região às margens do Mar Morto). Essas crateras, que podem atingir até 100 metros de largura e 20 metros de profundidade, surgem devido à dissolução do sal no subsolo, criando grandes cavidades.
Até hoje, ninguém consegue prever onde surgirão novas dolinas. Elas são uma ameaça à vida, à agricultura e à infraestrutura”, alertou Siebert.
A pesquisa mostrou que as chaminés tendem a se formar em locais onde o solo colapsa de maneira intensa. Por isso, elas podem ser usadas como ferramentas de previsão para identificar áreas em risco. Segundo os cientistas, veículos autônomos equipados com sonares poderiam mapear essas formações com alta precisão, oferecendo uma abordagem inovadora e eficiente para prevenir desastres.
Fonte: History Channel Brasil