A Semana no Brasil e no Mundo — Trump indica possível imposição de sanções ao Brasil alegando violações à liberdade de expressão
O governo de Donald Trump avalia impor sanções econômicas ou comerciais a países acusados de censura, incluindo o Brasil. A informação foi divulgada por representantes brasileiros que participaram da posse presidencial em Washington e reforçada por declarações de Marco Rubio, novo secretário de Estado dos EUA.
Rubio, crítico da política brasileira, defendeu medidas contra regimes que, segundo ele, comprometem valores fundamentais da democracia, como a liberdade de expressão. Trump também destacou em seu discurso a importância de preservar esses princípios, apontando a liberdade como “pedra de toque” da Constituição americana, em vigor há 238 anos.
Rubio indicou que países que adotem práticas consideradas autoritárias, como restrições à liberdade de imprensa e expressão, podem enfrentar retaliações americanas. Além disso, ele alertou que a suposta postura do Brasil de simpatia ao Hamas, classificado como organização terrorista pelos EUA, agrava as tensões. Diplomatas brasileiros alertam que a inclusão do país em uma lista de nações sujeitas a sanções seria um golpe significativo para sua imagem internacional.
Essa retaliação colocaria o Brasil como parte de um ‘eixo do mal’, algo desastroso para a diplomacia brasileira”, afirmou um ex-embaixador.
Entre os convidados da posse estavam influentes nomes do setor de tecnologia, como Elon Musk (X), Sundar Pichai (Google/YouTube) e Mark Zuckerberg (Meta). Todos têm atuado como defensores da liberdade de expressão em suas plataformas, um dos temas centrais do discurso de Trump. Enquanto isso, no Brasil, a reunião ministerial de 20 de janeiro, comandada por Lula, repercutiu de forma negativa entre membros da oposição. Parlamentares do PL acusaram o petista de “terceirizar responsabilidades” sobre o episódio envolvendo a regulamentação do Pix, que causou polêmica nacional. “Lula é covarde, como sempre foi. Não tem hombridade de assumir culpa pelos próprios erros”, declarou o senador Flávio Bolsonaro.
Rubens Barbosa, ex-embaixador em Washington, comentou que Trump evitou citar o Brasil diretamente em seu discurso, mas destacou que o tema da liberdade de expressão pode colocar o governo Lula no radar de possíveis sanções americanas. A posição crítica de setores da imprensa brasileira às declarações de Trump sobre liberdade de expressão reforça a relevância do tema. Trump, por sua vez, parece disposto a transformar a defesa da liberdade em um dos pilares de sua política externa. (Fonte: Hora Brasília)
Crise no IBGE: 136 servidores denunciam “gestão autoritária” de Márcio Pochmann em carta aberta
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) atravessa um momento de turbulência interna. Na segunda-feira (20), 136 servidores, incluindo gerentes e coordenadores, divulgaram uma carta aberta criticando duramente a administração do presidente Márcio Pochmann.
O documento denuncia práticas autoritárias e a politização crescente da gestão, questionando a independência e a credibilidade das pesquisas conduzidas pelo órgão. Assinado por membros das diretorias de Pesquisas Econômicas, Geociências e Tecnologia da Informação, o manifesto aponta a criação da Fundação IBGE++, uma entidade público-privada, como uma ameaça à autonomia do instituto.
Os servidores também criticam a falta de diálogo entre a presidência e os quadros técnicos, situação que tem gerado descontentamento dentro da instituição.
Nossa preocupação é justamente manter a qualidade e, sobretudo, a confiabilidade dos dados. Por esse motivo, a criação de uma fundação público-privada que usa o próprio nome do IBGE, sem que houvesse ampla discussão sobre os possíveis riscos à nossa autonomia e à confiabilidade dos dados, tem mobilizado intensamente e com razão nosso corpo técnico”, afirmam no texto.
Os servidores também manifestaram apoio aos diretores Elizabeth Hypólito e João Hallak Neto, que renunciaram aos seus cargos na Diretoria de Pesquisas devido às dificuldades de comunicação com a liderança do instituto. Em resposta, o IBGE negou a existência de uma crise interna e defendeu a Fundação IBGE+ como parte de um processo de modernização. A instituição ainda sinalizou que pode recorrer à Justiça contra o que classificou como “informações falsas e acusações infundadas”.
Apesar da posição oficial, os servidores alertam para a gravidade da situação. “O clima organizacional está deteriorado e as lideranças encontram sérias dificuldades para desempenhar suas funções. Por isso, não vemos outro caminho senão solicitar o apoio da sociedade e a atenção das autoridades competentes para sanar a crise instaurada”, concluem na carta. (Fonte: Epoch Times Brasil)
Trump sinaliza endurecimento das relações com a Venezuela e descarta negociações com Maduro
Em suas primeiras declarações como presidente dos Estados Unidos, Donald Trump indicou, na segunda-feira (20), que seu governo deve adotar uma postura rígida em relação à Venezuela nos próximos anos. Trump afirmou que acompanha a crise política no país sul-americano “com grande interesse” e descartou a possibilidade de negociar a compra de petróleo de Caracas enquanto Nicolás Maduro permanecer no poder.
Era um grande país há 20 anos, e agora está um desastre”, disse Trump, ao ser questionado sobre como trataria o regime chavista. Ele também sugeriu que novas sanções podem ser implementadas para pressionar o governo venezuelano. Trump reforçou que os Estados Unidos têm recursos petrolíferos próprios suficientes e que podem parar de adquirir petróleo da Venezuela. “Isso mudaria bastante a Venezuela”, afirmou o presidente, sugerindo que uma interrupção nas compras poderia intensificar o isolamento econômico do regime de Maduro.
O secretário de Estado, Marco Rubio, recém-confirmado no cargo, declarou que o governo americano deve revisar as licenças que permitem à petrolífera Chevron operar na Venezuela. Segundo ele, a presença da empresa contribui financeiramente para sustentar a ditadura de Maduro.
Em suas declarações, Trump deixou em aberto a possibilidade de novas sanções econômicas e medidas adicionais para forçar a saída de Maduro. No final de semana, uma fonte ligada à equipe de política externa do presidente disse à Axios: “não nos importaríamos nem um pouco em ver que Maduro compartilha uma vizinhança com Bashar al-Assad em Moscou”, referindo-se ao exílio do ditador sírio.
Nicolás Maduro continua à frente do governo venezuelano apesar de repetidas acusações de fraude eleitoral, incluindo nas eleições realizadas em julho passado. O regime chavista enfrenta críticas internacionais por violações de direitos humanos e pela deterioração das condições econômicas e sociais do país. (Fonte: Hora Brasília)
Governo Lula deve vetar projeto que prevê castração química para crimes sexuais
O governo Lula indicou que pretende vetar o projeto de lei aprovado pela Câmara dos Deputados em dezembro de 2024, que autoriza a Justiça a aplicar castração química como punição complementar para crimes sexuais cometidos contra crianças e adolescentes. A medida, que integra um pacote de segurança pública, também prevê penas de reclusão ou detenção para delitos como: gravação, venda, compra ou divulgação de material pornográfico infantil; simulação de cenas de sexo com menores; aliciamento de menores; estupro de vulnerável, e prostituição infantil.
Durante a tramitação na Câmara, o governo federal orientou contra o projeto, alegando a ausência de comprovação científica sobre a eficácia da castração química na redução de crimes sexuais. Organizações de direitos humanos e especialistas em saúde mental também questionaram a medida, apontando preocupações éticas e jurídicas. Por outro lado, partidos como PL e Novo apoiaram a proposta, argumentando que o endurecimento das punições é necessário para combater crimes de grande impacto social, como a violência sexual contra crianças.
O texto segue agora para análise no Senado. Caso seja aprovado sem alterações, caberá a Luiz Inácio Lula da Silva decidir pela sanção ou veto. Fontes do Planalto afirmam que o governo deve vetar a medida integralmente, reafirmando sua posição contrária ao uso da castração química como punição. Caso o veto seja confirmado, o Congresso poderá decidir se mantém ou derruba a decisão do Executivo. (Fonte: Hora Brasília)
Trump anuncia retirada dos EUA do acordo de Paris e revoga medidas de Biden
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, iniciou sua nova gestão com a assinatura de uma série de decretos na última segunda-feira (20), durante um evento na arena Capital One, em Washington. Entre as decisões, destacou-se a retirada do país do Acordo Climático de Paris, medida já adotada durante seu primeiro mandato.
Trump afirmou que a saída do acordo trará uma economia de cerca de “um trilhão de dólares” aos cofres norte-americanos. Ele também determinou o envio de uma carta à ONU explicando a decisão, sinalizando uma nova postura de sua administração em relação à política ambiental global. O Acordo de Paris, firmado em 2015, tem como objetivo combater as mudanças climáticas, comprometendo quase 200 países a manter o aumento da temperatura global abaixo de 2ºC. Trump, porém, criticou o pacto como prejudicial à economia americana. A decisão coloca os Estados Unidos ao lado de países como Irã, Líbia e Iêmen, que também não fazem parte do tratado.
Durante o evento, Trump declarou que revogará “quase 100 ordens executivas” de seu antecessor, Joe Biden, classificadas como “destrutivas e radicais”. Entre as ações anunciadas está o congelamento temporário de contratações federais, com exceção de “pessoas fiéis ao público americano”. Segundo Trump, isso reduzirá a burocracia e garantirá que “os trabalhadores federais voltem ao escritório pessoalmente”. “Com a minha caneta, dezenas de ações executivas de Biden serão anuladas em minutos”, afirmou o presidente. Ele também criticou o que chamou de “excesso de regulamentação”, prometendo barrar novas regras que, segundo ele, prejudicam a economia. (Fonte: Hora Brasília)
Governo Lula tem recorde de descarte de medicamentos e vacinas no SUS
Nos últimos dez anos, o Brasil enfrentou o maior desperdício de medicamentos, vacinas e insumos do Sistema Único de Saúde (SUS), totalizando R$ 1,9 bilhão destruídos entre 2023 e 2024. O montante, divulgado por meio da Lei de Acesso à Informação, seria suficiente para financiar benefícios do Benefício de Prestação Continuada (BPC) para 126,8 mil brasileiros.
O valor supera em três vezes o registrado durante a gestão anterior, que descartou R$ 604,5 milhões em produtos. Apenas em 2023, o prejuízo alcançou R$ 1,3 bilhão, o maior da série histórica. Apesar da queda para R$ 625,6 milhões em 2024, o desperdício ainda foi maior que o acumulado em todo o governo Bolsonaro.
O Ministério da Saúde atribuiu o alto descarte de 2023 ao impacto da pandemia de covid-19 e aos estoques deixados pela gestão passada. Entre 2015 e 2024, os governos federais descartaram R$ 2,7 bilhões em produtos, sendo as vacinas contra a covid-19 responsáveis por R$ 1,8 bilhão do total. Uma investigação do portal Metrópoles revelou que, em novembro de 2023, o governo Lula incinerou 10,9 milhões de doses de vacinas vencidas. Outras 12 milhões de doses estavam próximas da validade e também foram descartadas. Apesar das perdas, o Ministério da Saúde conseguiu salvar 12,3 milhões de doses herdadas da gestão anterior, doando-as internacionalmente e a estados e municípios, gerando uma economia de R$ 252 milhões.
Para evitar novas perdas, o Ministério da Saúde adotou estratégias como entregas parceladas de vacinas, troca por versões atualizadas aprovadas pela Anvisa e iniciativas para melhorar a adesão à vacinação, incluindo o Movimento Nacional pela Vacinação. A pasta destacou que a maioria das doses vencidas em 2023 era contra a covid-19, reflexo da hesitação da população em se vacinar.
Além disso, o Ministério revelou que havia 27,1 milhões de doses vencidas no estoque, causando um prejuízo estimado em R$ 2 bilhões. Mais de 33 milhões de doses foram encaminhadas para incineração.
O Ministério da Saúde apontou que o desperdício de medicamentos e vacinas está relacionado a fatores como judicialização de compras, mudanças nas demandas de saúde e oscilações no número de doenças transmissíveis. Para mitigar as perdas, destacou que em alguns casos é possível reaver valores dos fornecedores, reduzindo o impacto financeiro. (Fonte: Hora Brasília)