Comportamento & Equilíbrio

Vida feliz impulsiona satisfação no trabalho, aponta estudo

Investir no bem-estar mais amplo dos funcionários pode ser a chave para melhorar o ambiente profissional

Por Marcia Sousa

Trabalhar com propósito, encontrando satisfação no trabalho é considerado um dos caminhos para a realização pessoal — uma vez que boa parte do dia é gasto no emprego. Diversos estudos também afirmam a importância do assunto. Entretanto, uma pesquisa recente aponta para uma nova direção, ou ao menos joga luz para novas possibilidades: a felicidade pessoal é o principal impulsionador de uma vida profissional satisfatória, e não o contrário.
A conclusão acima é de uma descoberta, publicada no Journal of Organizational Behavior, de pesquisadores dos EUA, Alemanha e Austrália do Sul. O novo estudo internacional explora a relação de longo prazo entre satisfação no trabalho e na vida — também fornece insights cruciais para os empregadores.

Analisando dados de mais de 160 mil pessoas em vários estudos globais, o estudo descobriu que indivíduos com maior satisfação com a vida tinham 32% mais probabilidade de experimentar maior satisfação no trabalho ao longo do tempo. Embora a satisfação no trabalho tenha um efeito positivo na satisfação com a vida futura, ela é comparativamente mais fraca e diminui ao longo do tempo.

“Organizações que se concentram apenas em iniciativas de satisfação no trabalho podem estar perdendo um componente fundamental da felicidade dos funcionários”, diz o primeiro autor, Christopher Wiese, professor assistente de psicologia no Instituto de Tecnologia da Geórgia.

Ao priorizar estratégias gerais de bem-estar — incluindo suporte à saúde mental, iniciativas de equilíbrio entre vida pessoal e profissional e desenvolvimento pessoal — as organizações podem promover uma força de trabalho mais engajada e satisfeita”.

Christian Dormann, professor de educação empresarial e gestão da Universidade Johannes Gutenberg de Mainz, na Alemanha, e professor adjunto de pesquisa na Universidade da Austrália do Sul, diz que os psicólogos há muito presumem que a satisfação no trabalho impulsiona a felicidade geral. “No entanto, nossa pesquisa mostra que o oposto é mais poderoso”, diz o Prof. Dormann. “Se os empregadores realmente querem aumentar a satisfação no local de trabalho, eles precisam investir no bem-estar mais amplo dos funcionários”.

Mudança nas empresas
Muito se fala sobre a importância de buscar equilíbrio entre vida pessoal e profissional, mas e se a responsabilidade pudesse ser compartilhada com os próprios empregadores?

Este estudo fornece um caso convincente para que as empresas adotem uma abordagem que coloque as pessoas em primeiro lugar. Se os funcionários estão felizes em suas vidas pessoais, eles trazem essa positividade para o trabalho. É um ciclo que as organizações podem ajudar a nutrir”, acredita Dormann.

Os pesquisadores fizeram várias recomendações com base nos resultados do estudo:
➡ Implementar acordos de trabalho flexíveis para apoiar os compromissos pessoais dos funcionários
➡ Incentivar programas de saúde mental e bem-estar para melhorar a satisfação geral com a vida
➡ Oferecer oportunidades de crescimento pessoal e profissional que vão além das tarefas relacionadas ao trabalho
➡ Promover uma cultura no local de trabalho que valorize a vida dos funcionários fora do trabalho.

Fonte: CicloVivo

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