Tecnologia & Inovação

Foguete nuclear pode reduzir tempo de viagem a Marte pela metade

Protótipo baseado em fusão nuclear será testado em órbita em 2027; promessa é de atingir velocidade de 805.000 quilômetros por hora

Por Bruna Barone

A startup britânica Pulsar Fusion revelou o conceito de um foguete com propulsão baseada em fusão nuclear. O modelo Sunbird foi projetado para “redefinir viagens espaciais”, atingindo velocidades inéditas no setor aeroespacial. A ideia é que as espaçonaves em órbita se acoplem ao foguete para chegar ao destino em alta velocidade.
As naves poderiam chegar a 805.000 quilômetros por hora — mais do que o objeto mais rápido já construído, a Sonda Solar Parker da Nasa, que atingiu 692.000 quilômetros por hora usando a força gravitacional do Sol. O Sunbird ainda está nos estágios iniciais de construção, mas a empresa acredita que será possível realizar testes em órbita pela primeira vez em 2027. Com protótipo estimado em US$ 70 milhões, o projeto é financiado pela Agência Espacial do Reino Unido.

A fusão nuclear tem desafiado cientistas há décadas — afinal, tentar replicar o funcionamento interno de uma estrela na Terra não é tarefa simples. O processo libera quatro milhões de vezes mais energia do que os combustíveis fósseis.
Ao contrário da fissão nuclear, que demanda materiais radioativos perigosos, a fusão requer elementos muito leves, como o hidrogênio, para combiná-los com elementos mais pesados em condições de temperaturas e pressões extremamente altas.

É muito antinatural fazer fusão na Terra”, afirmou Richard Dinan, fundador e CEO da Pulsar, à CNN. “A fusão não funciona na atmosfera. O espaço é um lugar muito mais lógico e sensato para fazer fusão, porque é lá que ela quer acontecer de qualquer maneira”.

O Sunbird usa ímãs que aquecem um plasma para fundir o combustível do foguete, hélio-3, produzindo prótons que funcionariam como um “exaustor nuclear” para fornecer propulsão, impulsionando a espaçonave.

Em missões interplanetárias, os Sunbirds poderiam transportar até 2.000 quilos de carga para Marte em menos de seis meses ou enviar sondas para Júpiter ou Saturno em dois a quatro anos. Uma missão de mineração em asteroides duraria de um a dois anos, e não mais três. A empresa também espera criar estações de recarga no espaço, possivelmente nas proximidades de Marte e em uma estação em órbita baixa da Terra.

Fonte: Olhar Digital

Luzimara Fernandes

Luzimara Fernandes

Jornalista MTB 2358-ES

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