Guerra Israel-Irã já tem 238 mortos e mais de 1500 feridos

Destruição causada por míssil iraniano em Bat Yam, na região central de Israel
Por agência EFE
O conflito entre Israel e Irã se intensificou no domingo com novas ondas de ataques aéreos e lançamentos de mísseis de lado a lado, elevando para quase 240 o número de mortos, e próximo de 1.500 feridos. A maior parte das baixas é do lado iraniano. No total, o Ministério da Saúde do país confirmou 224 mortos e 1.257 feridos. Em Israel, o número de mortos chegou a 14, com cerca de 100 feridos.
Os ataques israelenses atingiram a sede do Ministério das Relações Exteriores, o Comando da Polícia da capital e várias áreas residenciais em Teerã. Infraestruturas militares, de energia e plantas nucleares foram destruídas. Cinco carros-bomba explodiram em Teerã, segundo a agência estatal iraniana IRNA. O temor de desabastecimento provocou longas filas em postos de combustíveis em Teerã.
Mais três comandantes iranianos mortos
Entre as vítimas de alto escalão, Israel confirmou a morte do chefe da inteligência da Guarda Revolucionária do Irã, Mohamad Kazemi, e seu vice, Hassan Mohaqeq, em Teerã. O general Mohsen Baqeri também morreu em ataques israelenses neste domingo. Israel afirmou ter atingido mais de 250 alvos no Irã em 24 horas, visando destruir capacidades de fabricação de armas, instalações da Guarda Revolucionária Islâmica e da Força Quds, e infraestruturas das forças armadas iranianas.
Em retaliação, o Irã lançou múltiplas ondas de mísseis e drones contra o território israelense. A oitava onda de mísseis iranianos registrada neste domingo atingiu três edifícios residenciais, dois na costa norte e outro no sul, causando danos diretos, embora a dimensão total não fosse imediatamente conhecida. À noite, imagens e vídeos de Haifa mostraram colunas de fumaça subindo em direção ao céu da cidade. Os lançamentos de mísseis iranianos mataram dez pessoas na madrugada de domingo, seis em Bat Yam, ao sul de Tel Aviv, e quatro na cidade de Tamra, ao norte. Autoridades israelenses afirmam que mais de cem pessoas ficaram feridas.

Apanhados “totalmente de surpresa”, diz Netanyahu
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, visitou o local do ataque em Bat Yam e prometeu que o Irã pagará um “preço muito alto” pelo “assassinato premeditado de civis, mulheres e crianças”. Ele também elogiou o presidente dos EUA, Donald Trump, com quem estaria “totalmente coordenado”. Netanyahu sugeriu que os esforços de Israel propiciam a queda do regime no Irã, um desejo, segundo ele, de 80% da população. Em entrevista à Fox News, Netanyahu disse que Israel conseguiu atrasar “um bom tanto” o programa nuclear do Irã. “Acho que eles foram apanhados totalmente de surpresa”, afirmou.
O chanceler de Israel, Gideon Saar, reiterou que ainda há “trabalho a ser feito no Irã”. Saar disse que Israel conseguiu “operar livremente sobre Teerã” no sábado, após danificar gravemente o sistema de defesa aérea do país, e que os iranianos “sabem que estão expostos”. De outro lado, o Irã informou a mediadores do Catar e Omã que não negociará enquanto estiver sob ataque e só buscará retomar negociações após concluir a resposta aos ataques israelenses.
Trump sobre a guerra Israel-Irã: “às vezes é preciso lutar”
Em Washington, o presidente dos EUA, Donald Trump, expressou esperança de um cessar-fogo na guerra Israel-Irã, mas lembrou que “às vezes é preciso lutar”. Trump também mencionou estar “aberto” à possibilidade de Vladimir Putin, presidente da Rússia, mediar o conflito. Sugestão que foi imediatamente rechaçada pelo presidente francês Emmanuel Macron, que argumentou que a Rússia carece de credibilidade como mediadora, dada sua conduta na Ucrânia. Fontes americanas indicaram que Trump teria rejeitado um plano israelense de assassinar o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, que foi evacuado para um bunker subterrâneo em Teerã após o início dos ataques.
Fonte: Gazeta do Povo