Solidão: a ameaça invisível que impacta a saúde

OMS alerta para o impacto crescente da solidão na mortalidade e na qualidade de vida de milhões de pessoas em todo o mundo
A solidão, muitas vezes tratada como uma questão privada, passou a ser reconhecida pela Organização Mundial da Saúde como um problema de saúde pública de grandes proporções. Um relatório divulgado recentemente aponta que uma em cada seis pessoas em todo o planeta sofre de solidão crônica, situação que aumenta significativamente os riscos de depressão, doenças cardíacas e até morte prematura.
A estimativa impressiona: aproximadamente 871 mil mortes por ano podem estar associadas direta ou indiretamente a condições relacionadas ao isolamento social. O estudo também revela que adultos mais velhos e jovens são os grupos mais vulneráveis, embora a solidão também afete pessoas em idade produtiva, muitas vezes em silêncio.
Pesquisas mostram que a solidão crônica pode elevar em até 26% o risco de morte prematura. Além do impacto emocional, especialistas alertam que a sensação persistente de desconexão aumenta hormônios de estresse, prejudica o sono e a imunidade. Por isso, a OMS incluiu o tema como prioridade em programas globais de promoção da saúde mental.
Para enfrentar o problema, governos e comunidades têm adotado medidas como programas de visitação a idosos, incentivo a redes de apoio e estratégias digitais que aproximem pessoas de grupos de afinidade. Durante a pandemia, iniciativas de chamadas por vídeo e encontros online mostraram resultados positivos em alguns países, mas ainda são insuficientes para reverter a tendência.
A discussão também envolve o papel das empresas em promover ambientes de trabalho mais colaborativos e políticas públicas que facilitem a convivência comunitária. Especialistas recomendam que indivíduos busquem pequenas ações, como retomar contatos com familiares e participar de atividades coletivas.
Por fim, vale lembrar que ela não escolhe classe social e pode ser agravada por mudanças de rotina, luto e até mesmo uso excessivo de redes sociais sem interações reais. Reconhecer o problema é o primeiro passo para prevenir consequências graves e promover bem-estar.
Fonte: Bons Fluidos