Bem-estar

A ciência da felicidade: como cultivar alegria e bem-estar em tempos desafiadores

Descubra que a felicidade não é um destino, mas uma jornada construída com hábitos e perspectivas que a neurociência já validou

Por Isabella Bisordi

Em um mundo que muitas vezes nos apresenta desafios complexos e incertezas, a busca pela felicidade pode parecer uma tarefa grandiosa, um objetivo distante que poucos alcançam. No entanto, a crescente área da ciência da felicidade — um campo interdisciplinar que une psicologia positiva, neurociência e sociologia — revela que a alegria e o bem-estar não são meramente questões de sorte ou destino, mas resultados de hábitos, práticas e perspectivas que podem ser cultivados. A felicidade não é a ausência de problemas, mas a capacidade de prosperar apesar deles, encontrando significado e propósito no dia a dia.
Por muito tempo, acreditou-se que a felicidade era determinada por grandes conquistas ou pela acumulação de bens. Hoje, sabemos que, embora fatores externos tenham alguma influência, uma parte significativa da nossa felicidade é moldável. Cerca de 50% é determinada pela genética, 10% pelas circunstâncias da vida e impressionantes 40% por nossas ações intencionais, pensamentos e atitudes. Isso significa que temos um poder considerável para influenciar nosso próprio nível de felicidade.

Pesquisadores renomados no campo da psicologia positiva, como Martin Seligman e Sonja Lyubomirsky, identificaram práticas e características comuns em pessoas que relatam altos níveis de felicidade. Aqui estão alguns dos pilares:

1. Gratidão e apreciação
Como discutido anteriormente, a prática da gratidão é um dos caminhos mais diretos para a felicidade. Focar no que se tem, em vez do que falta, reprograma o cérebro para uma mentalidade mais positiva, reduzindo o estresse e a ansiedade. Manter um diário de gratidão ou simplesmente reservar um momento para apreciar as pequenas coisas da vida pode fazer uma grande diferença.

2. Conexões sociais fortes
Seres humanos são inerentemente sociais. Relacionamentos significativos e o senso de pertencimento são fundamentais para o bem-estar. Investir tempo e energia em amizades, família e comunidade, e praticar a empatia e a compaixão, estão diretamente ligados a níveis mais elevados de felicidade.

3. Significado e propósito
Ter um propósito que vai além de si mesmo — seja através do trabalho, do voluntariado, de uma causa social ou da criação de algo — confere um senso de direção e valor à vida. Buscar atividades que estejam alinhadas com seus valores e talentos intrínsecos traz uma satisfação profunda.

4. Fluxo e engajamento (Flow)
O psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi cunhou o termo “fluxo” para descrever o estado de total imersão em uma atividade que é desafiadora, mas atingível. Quando estamos em fluxo, perdemos a noção do tempo, e essa experiência é profundamente recompensadora. Encontre atividades que o engajem completamente, seja um hobby, um esporte ou uma tarefa profissional.

5. Cuidado com o corpo
A saúde física e mental estão intrinsecamente ligadas. Exercícios físicos regulares, uma alimentação nutritiva, um sono de qualidade e a prática de mindfulness ou meditação são fundamentais para sustentar a felicidade a longo prazo. O corpo e a mente são um só sistema.

6. Resiliência e otimismo
A capacidade de lidar com adversidades, aprender com os erros e manter uma perspectiva otimista diante dos desafios é crucial. O otimismo não é sobre ignorar problemas, mas sobre acreditar na sua capacidade de superá-los e ver oportunidades mesmo nas dificuldades.

Pequenos passos para uma vida mais feliz
Não é necessário revolucionar sua vida de uma vez. Pequenas mudanças consistentes podem levar a grandes transformações:
🔹Pratique atos de gentileza: ajude alguém, ofereça um sorriso, faça um elogio. Atos de altruísmo ativam os centros de recompensa no cérebro;
🔹Desconecte para conectar: reduza o tempo de tela e invista mais em interações face a face e em atividades off-line;
🔹Passe tempo na natureza: estar em ambientes naturais comprovadamente reduz o estresse e melhora o humor;
🔹Aprenda a perdoar: libere ressentimentos, tanto em relação aos outros quanto a si mesmo. O perdão alivia um fardo emocional pesado.

A ciência da felicidade nos convida a sermos arquitetos ativos do nosso próprio bem-estar. Ao incorporar essas práticas no dia a dia, você não está apenas buscando um estado de euforia passageira, mas construindo uma base sólida para uma vida mais plena, com mais resiliência e alegria duradoura.

Fonte: Bons Fluidos

Luzimara Fernandes

Luzimara Fernandes

Jornalista MTB 2358-ES

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