Programa Mover cria robô serpente para operar em locais de difícil acesso
(Foto: Fabrício Almeida/Fiesc)
Robô Snake é resultado de uma parceria com a General Motors e é altamente flexível e contribui para a redução de áreas fabris, além de mitigar riscos ergonômicos para os operadores
Um robô biomimético inspirado no movimento de serpentes, idealizado para atuar em espaços reduzidos dentro de plantas industriais, está entre os projetos em exposição no Encontro Nacional das Coordenadoras dos Programas Prioritários do Mover (Enacoop). O evento aconteceu, no dia 7 de agosto, na Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), em Florianópolis.
O robô é altamente flexível e tem capacidade de operar em locais de difícil acesso, contribuindo para a redução de áreas fabris e mitigando riscos ergonômicos para os operadores”, explica Joel Ribeiro, gerente de projetos do Instituto Senai de Inovação em Joinville. Desenvolvido em parceria com a General Motors, o Snake representa um avanço na aplicação de robótica não convencional na indústria automobilística.
Estão expostas ainda outras soluções desenvolvidas pela rede dos Institutos de Inovação e Tecnologia do Senai, com aplicação direta em setores estratégicos como mobilidade, logística, manufatura e montadoras automotivas. Os projetos combinam robótica, inteligência artificial e sensores inteligentes, com foco em produtividade, segurança e sustentabilidade industrial.
A SIGAWAY, plataforma criada em parceria com a Librelato, por meio de uma spin-off, para gestão inteligente de frotas, foi desenvolvida pelo Instituto Senai de Inovação em Sistemas Embarcados. A solução utiliza sensores, IA generativa e monitoramento em tempo real para otimizar o desempenho de veículos pesados.
Essa parceria representa uma evolução na forma como dados de operação são utilizados para criar valor. A solução antecipa falhas, reduz custos e melhora a performance logística”, explica Aline Rubenich, interlocutora do projeto.
Na área de estamparia, o Smart Die System promete revolucionar os processos produtivos com a automatização do ajuste e controle de ferramentas. A solução permite elevar a produtividade de 12 para até 20 peças por minuto, com ganhos expressivos em precisão e eficiência. “Estamos falando de um sistema que aprende continuamente com o processo e reduz a necessidade de intervenções manuais”, explica Patrick Pacheco, diretor da Strokmatic, empresa parceira do projeto.
Já o Spark Eyes System emprega visão computacional para realizar a inspeção de todos os pontos de solda de um automóvel em tempo real, substituindo a tradicional verificação amostral. A solução permite ganhos significativos em qualidade e segurança.
Com essa tecnologia, conseguimos rastreabilidade completa da operação e correções imediatas, elevando o padrão de controle de qualidade”, acrescenta Patrick, informando que essa solução já está no mercado.
Além do Senai, outras entidades que integram o Programa Mover também mostraram soluções que vêm sendo desenvolvidas para o setor automotivo.
Região Sul responde por 55% dos projetos aprovados pela Finep no Programa Mover
O Enacoop também mostrou os impactos do Programa Mover na região Sul, e contou com a participação das empresas Rudolph, Supplier e Zen, além da Finep. Nos últimos dois anos, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) aportou R$ 2,5 bilhões em projetos do setor automotivo. A região sul responde por 55% dos projetos aprovados pela Finep, explicou Renata Guinther, gerente do departamento de mobilidade, infraestrutura e metalmecânica da Financiadora.
O painel que encerrou o Enacoop mostrou como é a governança do Fundo Nacional de Desenvolvimento Industrial e Tecnológico (FNDIT), gerido pelo BNDES. O fundo foi criado pela lei que instituiu o Mover e vai captar recursos oriundos de políticas industriais para serem aplicados em projetos focados na descarbonização e transição energética. O FNDIT deve ter até um bilhão por ano para a inovação da cadeia automotiva.
Representantes de empresas do setor automotivo, startups, associações, coordenadoras dos programas prioritários do Mover e pesquisadores da rede Senai participaram ainda de um workshop ao final. A iniciativa dos Institutos Senai de Inovação teve como objetivo qualificar e priorizar oportunidades de pesquisa para projetos estruturantes voltados à cadeia automotiva.
