Ciência

James Webb descobre 300 objetos de brilho tão intenso que desafiam a ciência

Objetos descobertos pelo James Webb no início do Universo brilham muito mais do que os modelos atuais preveem para galáxias tão antigas

Por Flavia Correia

Usando imagens de campo profundo do Telescópio Espacial James Webb (JWST), da Nasa, pesquisadores da Universidade do Missouri, nos EUA, identificaram 300 objetos excepcionalmente brilhantes no Universo primordial. A descoberta foi publicada no periódico científico The Astrophysical Journal.
Embora possam ser galáxias, os cientistas ainda não sabem ao certo. Galáxias formadas logo após o Big Bang deveriam ser fracas e pequenas, limitadas pela velocidade de formação de estrelas. No entanto, esses objetos brilham muito mais do que os modelos atuais preveem.

Se mesmo alguns desses objetos forem o que pensamos, nossa descoberta poderá desafiar ideias atuais sobre a formação das primeiras galáxias”, disse Haojing Yan, coautor do estudo, em um comunicado.

Para localizá-los, a equipe usou a técnica de “dropout”, que identifica objetos que aparecem em luz vermelha, mas somem em azul. Isso indica que estão muito distantes, mostrando o Universo como ele era há mais de 13 bilhões de anos. A distância foi estimada analisando o brilho em diferentes comprimentos de onda, revelando idade, massa e desvio para o vermelho. Os instrumentos de infravermelho do JWST foram essenciais, pois são capazes de detectar a luz que viaja por bilhões de anos-luz.

À medida que a luz dessas galáxias viaja pelo espaço, ela se alonga, passando da luz visível para o infravermelho”, explicou Yan. Esse alongamento, chamado desvio para o vermelho, indica a distância e aproximação ao início do Universo.

O próximo passo da equipe é fazer observações espectroscópicas focadas nos objetos mais brilhantes. Confirmar que são galáxias primitivas ajudará a entender como as primeiras estruturas cósmicas se formaram e evoluíram, somando-se às descobertas revolucionárias do JWST desde 2022.

Outra descoberta recente envolvendo o observatório espacial mais moderno de todos os tempos trouxe à tona uma galáxia do início do Universo em um formato inusitado. A combinação de dados do JWST e do Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA), rede de radiotelescópios que fica no Chile, permitiu a pesquisadores encontrar uma galáxia com cerca de 15 aglomerados compactos de formação de estrelas, que surgiu apenas 930 milhões de anos após o Big Bang. A disposição desses aglomerados como uma espécie de cacho de uvas deu o nome curioso de “Uvas Cósmicas” à galáxia. Saiba mais detalhes aqui.

Fonte: Olhar Digital

Luzimara Fernandes

Luzimara Fernandes

Jornalista MTB 2358-ES

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