Comportamento & Equilíbrio

Seu filho rói as unhas? Entenda o que a psicologia diz sobre esse hábito

Comportamento pode estar associado a ansiedade, estresse ou tensão

Por Amanda Moraes

Seu filho tem o hábito de roer unhas? Pode ser um sinal de que algo não vai bem. Além de machucar os dedos e desgastar os dentes, roer as unhas é uma maneira silenciosa das crianças lidarem com angústias que podem estar sentindo. “Roer unhas é, muitas vezes, uma forma da criança expressar emoções que ela ainda não sabe nomear ou elaborar”, explica a psicóloga Claudia Melo, especialista em crianças e adolescentes.

Quando o hábito de roer unhas pode surgir?
Esse hábito pode surgir desde os primeiros anos de vida, especialmente entre os três e seis anos, como explica a especialista. “É o período em que a criança começa a lidar com novas exigências emocionais e sociais. Nessa fase, ela está desenvolvendo autonomia, lidando com frustrações e construindo seu senso de identidade. É quando pequenas ansiedades podem encontrar saídas em comportamentos repetitivos, como roer unhas”, afirma.

O que pode levar uma criança a roer as unhas?
Claro que cada criança é única, e o contexto familiar, escolar e afetivo influencia muito esse processo. Mas algumas situações podem contribuir para este comportamento. “Pode surgir como resposta a tensões internas, inseguranças, mudanças no ambiente familiar, cobranças ou até mesmo pela necessidade de autorregulação emocional”, destaca Claudia Melo.

O que a psicologia diz sobre crianças que roem unhas
Segundo a especialista, a psicologia entende que roer as unhas é uma manifestação comportamental que, muitas vezes, está associada a estados de ansiedade, estresse ou tensão. No entanto, essa leitura deve ser feita com muito cuidado. “É preciso olhar para além do sintoma. A pergunta mais importante talvez seja: ‘o que essa criança está tentando comunicar com esse gesto?’, muitas vezes, ela está apenas pedindo presença, compreensão e segurança emocional”, afirma Claudia Melo.

Se você tem um filho que está roendo as unhas e não tem ideia de como lidar, saiba que a escuta empática é o caminho mais potente para compreender o que está por trás desse hábito. “Na psicologia, compreendemos que todo comportamento é uma tentativa de satisfazer uma necessidade, de buscar equilíbrio diante do que está sendo vivido. Roer as unhas pode ser o reflexo de um mundo interno que precisa de acolhimento, não de julgamento”, diz.

Comportamento pode estar associado a ansiedade, estresse ou tensão (Foto: Freepik)

Meu filho rói as unhas. Quando devo me preocupar?
O hábito pode sumir com o tempo. Por outro lado, caso se intensifique a ponto de causar ferimentos, dores, sangramentos ou interferir nas relações sociais, pode ser um sinal de que algo mais profundo precisa de atenção, segundo a psicóloga.

Também é um alerta quando a criança demonstra sofrimento com esse hábito, vergonha ou angústia ao perceber que não consegue controlá-lo”, diz Claudia Melo.

Nessas situações, é preciso ter mais atenção. “O comportamento deixa de ser apenas um alívio momentâneo e se transforma em um reflexo de sofrimento psíquico que merece acolhimento profissional”, destaca.

Como ajudar os filhos a parar de roer as unhas?
Os pais também podem ajudar os filhos a largarem o hábito de roer as unhas. Veja algumas dicas de Claudia Melo:
1. Evitar críticas, broncas e punições
Não adianta gritar ou castigar o filho quando o vê roendo as unhas. “Isso só reforça o ciclo de tensão. A ajuda começa com acolhimento e presença”, afirma a psicóloga.

2. Observar os gatilhos
Os pais podem observar com carinho em que momentos a criança começa a roer as unhas. Assim, conseguem entender o que está acontecendo ao redor e quais sentimentos despertam este comportamento no filho, como explica a especialista.

3. Promover momentos de diálogo
“Jogos que estimulem a expressão emocional, brincadeiras com massinha, pintura ou histórias que falem de sentimentos são formas leves e poderosas de criar conexão”, diz Claudia Melo.

4. Procurar ajuda profissional
Caso os diálogos com os pais não resolvam o problema, pode ser necessário buscar ajuda de uma psicóloga. “A escuta terapêutica pode abrir caminhos para que essa criança se sinta segura o suficiente para falar sobre o que a angústia”, ressalta.

Fonte: Crescer

Luzimara Fernandes

Luzimara Fernandes

Jornalista MTB 2358-ES

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