O que é a paralisia do sono e como ela é explicada pela ciência?

Sensação de sufocamento, alucinações e incapacidade de se mover podem indicar paralisia do sono, um distúrbio assustador, mas que a ciência já explica
Por Isabella Bisordi
Acordar e perceber que não consegue mover o corpo, nem pedir por ajuda, pode ser uma experiência aterrorizante. Essa sensação, muitas vezes acompanhada de sufocamento, alucinações ou medo intenso, é conhecida como paralisia do sono, um fenômeno que intriga e assusta, mas que tem explicações científicas.
Trata-se de um distúrbio caracterizado pela incapacidade temporária de se movimentar no momento de adormecer ou ao despertar. Durante o episódio, a pessoa pode vivenciar sintomas como pressão no peito, sensação de estar flutuando ou de estar fora do corpo, além de ouvir ou ver coisas que não estão realmente ali.
Apesar de angustiante, a paralisia do sono não representa risco à vida. Os músculos respiratórios continuam funcionando, assim como os órgãos vitais. O que acontece, na prática, é um desencontro entre a ativação cerebral e a liberação dos movimentos musculares. Embora as causas exatas ainda não sejam totalmente compreendidas, especialistas afirmam que a condição está ligada a alterações no ciclo do sono, especialmente durante a fase REM — momento em que os sonhos acontecem e os músculos permanecem relaxados.
Estudos indicam que entre 8% e 20% das pessoas saudáveis já passaram por ao menos um episódio na vida. A condição é mais comum em jovens adultos, especialmente aqueles que dormem pouco, têm rotinas irregulares ou sofrem com ansiedade. O uso de álcool e certos medicamentos também pode favorecer a ocorrência.
Sintomas mais comuns
• Impossibilidade de falar ou se mover, mesmo estando consciente;
• Sensação de sufocamento ou pressão no peito;
• Medo intenso ou angústia;
• Alucinações auditivas ou visuais;
• Sensação de estar fora do corpo.
Na maioria das vezes, os sintomas duram apenas alguns segundos ou minutos, desaparecendo espontaneamente ou quando alguém toca ou chama a pessoa. O momento é assustador, mas é importante lembrar que o episódio é passageiro. Procure focar no ambiente que o cerca e controlar as emoções, sabendo que trata-se de um evento transitório.
Sozinha, a paralisia do sono não é fatal. No entanto, quando ocorre com frequência, pode indicar a presença de outros distúrbios, como a narcolepsia — doença que altera profundamente o ciclo do sono e pode trazer riscos sérios à saúde se não tratada.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico costuma ser feito por um psiquiatra ou clínico geral a partir da análise dos sintomas, histórico de saúde e uso de medicamentos. Em alguns casos, exames como polissonografia ou eletroencefalograma são solicitados para descartar epilepsia ou outras condições neurológicas. Não há uma cura definitiva, mas o tratamento busca reduzir a frequência dos episódios. Entre as medidas recomendadas estão:
• Manter horários regulares de sono;
• Dormir entre seis e oito horas por noite;
• Evitar álcool, cafeína e energéticos antes de dormir;
• Adotar um ambiente calmo e confortável no quarto.
Se os episódios acontecerem mais de duas vezes por semestre ou se provocarem medo constante de dormir, é recomendável buscar auxílio médico. Isso porque a paralisia pode estar associada a transtornos de ansiedade, estresse pós-traumático ou outros distúrbios do sono.
Fonte: Bons Fluidos














