Saúde

Descoberta sobre neurônios pode revolucionar tratamento do Alzheimer

Estudo revelou que a doença não é causada pela morte dos neurônios, mas sim pela queda de eficiência dos genes que mantêm as células

Por Alessandro Di Lorenzo

O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa caracterizada pela perda gradual de funções cognitivas, como memória, linguagem e raciocínio. Além disso, ela está ligada a alterações comportamentais e de humor, afetando milhões de pessoas em todo o mundo. Apesar de diversos tratamentos disponíveis, ainda existem muitas dúvidas sobre esta que é considerada a forma mais comum de demência. Um cenário que pode mudar a partir de um estudo que criou o mapa mais detalhado já feito do envelhecimento cerebral humano.
Em pesquisa publicada na revista científica Nature, cientistas analisaram mais de 360 mil células do córtex pré-frontal, região ligada à memória, atenção e tomada de decisões, em cérebros de pessoas de idades que vão de recém-nascidos a centenários. Até agora, a ciência explicava o envelhecimento cerebral sobretudo por dois mecanismos: a perda de neurônios ao longo da vida, o que reduziria a capacidade de processamento do cérebro, e o acúmulo de proteínas tóxicas, como beta-amiloide e tau, associadas a doenças como Alzheimer.

O novo trabalho, no entanto, revelou que a condição não ocorre em função da perda de neurônios, mas sim pela queda de eficiência dos genes que mantêm essas células funcionando. Esse prejuízo fica mais evidente após os 40 anos de idade. Segundo a equipe responsável pelo trabalho, as descobertas abrem novas possibilidades de tratamento contra a doença. Os pesquisadores afirmam que os resultados do estudo demonstram que os cuidados com o cérebro precisam começar cedo, especialmente a partir dos 40 anos.

Outro ponto é a identificação de novos alvos terapêuticos. Ao mostrar que os genes de manutenção celular são os mais afetados pelo envelhecimento, o estudo indica que futuras drogas podem ser desenhadas para preservar ou restaurar a eficiência desse processo. Os cientistas ainda observam que os resultados da pesquisa ajudam a explicar por que alguns indivíduos desenvolvem Alzheimer enquanto outros envelhecem sem apresentar um declínio tão acentuado. Dessa forma, é possível pensar em formas de diagnósticos mais precoces, estratégias de acompanhamento personalizadas e, no futuro, terapias voltadas à causa biológica do envelhecimento cerebral.

Fonte: Olhar Digital

Luzimara Fernandes

Luzimara Fernandes

Jornalista MTB 2358-ES

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