Nascimento de filhote de orca é registrado pela 1.ª vez na natureza

Cena inicialmente confundida com um ataque acabou se revelando o primeiro registro documentado do nascimento de uma orca

Por Gabriel

O que começou como uma cena digna de filme de terror terminou em um acontecimento histórico. No último dia 2, seis barcos de observação de baleias navegavam pela costa norte da Noruega quando avistaram um grupo de orcas cercando uma grande mancha de sangue no mar. À primeira vista, parecia o indício de um ataque ou de um corpo sem vida — mas o que os observadores testemunharam foi, na verdade, o nascimento de um filhote de orca em liberdade..
Segundo o Norwegian Orca Survey, organização que estava no local, o filhote sobreviveu ao parto e começou a nadar sozinho cerca de 15 minutos após o nascimento. O evento foi registrado em vídeo por drones e por câmeras das equipes do Norwegian Orca Survey e do Orca Channel, tornando-se o primeiro registro conhecido do nascimento de uma orca em ambiente natural.

Este evento representa um marco histórico: o primeiro registro documentado do nascimento de uma orca e da primeira hora de vida do filhote na natureza”, declarou o Norwegian Orca Survey ao site IFLScience.

As imagens mostram um grupo composto majoritariamente por fêmeas jovens formando um círculo protetor ao redor do recém-nascido. De acordo com os observadores, as orcas pareciam empurrar o filhote em direção à superfície — comportamento que inicialmente causou preocupação, mas que depois foi interpretado como uma tentativa de ajudá-lo a respirar.

Testemunhamos o último esforço com a chegada do filhote ao mundo. Depois que todo o grupo se reuniu, eles ficaram extremamente ativos e formaram um círculo protetor ao redor dele”, relatou o Orca Channel em suas redes sociais.

Segundo a ‘Revista Galileu’, a mãe foi identificada como NKW-591, uma orca já conhecida pelos pesquisadores desde 2013 e que, segundo registros, já havia tido outros filhotes — nenhum deles, porém, documentado como este.

Filhotes
Nos primeiros minutos de vida, o filhote apresentou dificuldade para se manter à tona, possivelmente devido à barbatana dorsal curvada, observada nas imagens de drone. Os cientistas acreditam que a deformidade é temporária e causada pela compressão dentro do útero, devendo se corrigir com o tempo. Até então, os únicos nascimentos de orcas acompanhados em detalhe haviam ocorrido em cativeiro. O mais notável foi o do SeaWorld, em 2017, quando nasceu a última orca do programa de reprodução da instituição — que acabou morrendo após três meses.

A diferença, explicam os especialistas, é que os ambientes artificiais limitam o comportamento natural dos animais, o que torna a observação desse nascimento livre algo extraordinário. O registro obtido nas águas geladas da Noruega representa, portanto, um avanço inédito para a ciência marinha, abrindo novas oportunidades para compreender como esses grandes mamíferos se reproduzem e cuidam de seus filhotes em seu habitat natural.

Fonte: Aventuras na História