Como a queda da inflação está impactando a vida dos argentinos
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística e Censos (INDEC), a inflação do mês de abril de 2024 foi de 8,8%, marcando o quarto mês consecutivo de queda nos dados mensais
Por Maria Laura Assis, especial para a Gazeta do Povo
A “guerra contra a inflação” anunciada pelo presidente Javier Milei, durante a sua campanha eleitoral, começa a gerar resultados em seus primeiros quatro meses e meio de governo. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística e Censos (INDEC), a inflação do mês de abril de 2024 foi de 8,8%, marcando o quarto mês consecutivo de queda nos dados mensais, após o pico de 25,5% registrado em dezembro de 2023. O chefe de Estado comemorou o resultado registrado que ficou abaixo de dois dígitos pela primeira vez desde outubro. “Estamos vencendo a inflação”, disse Milei pouco antes da divulgação dos dados oficiais.
A inflação está a ser pulverizada e tem a sua certidão de óbito assinada”, acrescentou o porta-voz presidencial, Manuel Adorni, na sua conta do X (ex-Twitter).
Durante a sua habitual conferência de imprensa na Casa Rosada, Adorni destacou a importância da inflação subjacente em 6,3% e dos alimentos em 6%, uma vez que cobre quase toda a “cesta básica daqueles que têm menos recursos”. A promessa de Milei de baixar a inflação foi fundamental na sua vitória eleitoral. Quando assumiu o cargo, na metade de dezembro de 2023, a inflação estava em 25,5%. Em janeiro, ela registrou uma forte redução e ficou em 20,6%. Em fevereiro passou para 13,2% e em março, para 11%.
Segundo o economista argentino Pedro Lucaccini, “a queda da inflação deve-se a dois fatores, por um lado, a queda dos agregados monetários em termos de inflação, ou seja, a queda do poder de compra do dinheiro, o que ajudou a conter os aumentos de preços; por outro lado, a manutenção da taxa de câmbio relativamente estável, desvalorizando apenas 2% mensalmente, também contribuiu para a descida sustentada da inflação”.
Para Lucaccini, este resultado só foi possível pelo “controle dos agregados monetários (em parte, graças à eliminação do déficit fiscal e ao seu financiamento monetário), mantendo uma taxa de câmbio quase fixa (aumentando apenas 2% ao mês, bem abaixo inflação) e tendo recentemente adiado alguns aumentos nas tarifas de serviços como eletricidade, gás e transportes”.
As estimativas públicas e privadas já previam uma queda da inflação no mês de abril. A Pesquisa de Expectativas de Mercado (REM), elaborada pelo Banco Central da Argentina, calculou uma inflação de 9% para o mês passado. Por sua vez, as consultorias mediram que os dados preliminares de preços de maio sugerem que a inflação terminará na ordem de 5%, de modo que o índice continuaria a tendência de desaceleração após os 8,8% reportados pelo INDEC para abril.
Fonte: Gazeta do Povo