O valor do diálogo, relações trabalhistas como alicerce do desenvolvimento

Por Soraya Rigo

Manter um ambiente de trabalho equilibrado, produtivo e sustentável é um dos maiores desafios do setor industrial. Em um cenário de transformações tecnológicas e econômicas aceleradas, o diálogo entre empresas e trabalhadores torna-se ainda mais essencial para garantir competitividade, estabilidade e desenvolvimento social.
No Espírito Santo, o setor metalmecânico e de materiais elétricos tem papel decisivo no dinamismo econômico. De acordo com o Observatório da Indústria da Findes, esse conjunto de atividades representa mais de 25% do Valor Adicionado Industrial do estado, reúne aproximadamente 50 mil empregos formais e ocupa posição estratégica como a vocação natural do Espírito Santo para atender o setor de petróleo e gás, especialmente nos segmentos de serviços, manutenção, equipamentos e soluções industriais.
Trata-se de uma cadeia robusta, diversificada e com forte potencial exportador, que segue ampliando sua relevância no abastecimento da indústria nacional e na integração com grandes operadores do setor de óleo, gás e energia. Mesmo com essa força, os desafios permanecem. Dados do IBGE mostram que quase 60% das empresas brasileiras fecham antes de completar cinco anos de atividade. O dado alerta para a necessidade de um ambiente econômico mais estável — e isso inclui relações trabalhistas modernas, equilibradas e orientadas por informação técnica.

É nesse ponto que os acordos e convenções coletivas ganham protagonismo. Mais que instrumentos legais, são mecanismos de equilíbrio capazes de unir interesses e criar condições reais de sustentabilidade econômica. Negociações baseadas em dados econômicos, produtividade, cenários setoriais e capacidade real das empresas evitam decisões desconectadas da realidade e fortalecem a longevidade dos negócios — protegendo empregos, renda e competitividade.
Desde sua fundação, o Sindifer nasce justamente para isso: promover o diálogo, apoiar as empresas e estruturar negociações coletivas que garantam segurança jurídica e condições adequadas de operação. O associativismo é a força que sustenta esse processo. Quando as empresas se unem, ganham representatividade, acesso a informação qualificada, capacidade técnica e poder de construir soluções coletivas.
Mais do que tratar de reajustes salariais, negociar é planejar o futuro da indústria capixaba. A boa negociação protege empresas, valoriza trabalhadores, estimula inovação e gera estabilidade para investimentos — pilares essenciais para o desenvolvimento econômico do Espírito Santo. O Sindifer reafirma seu compromisso com o diálogo transparente e responsável, com a construção de acordos sustentáveis e com a defesa de um ambiente de negócios que gere oportunidades, renda e desenvolvimento para todo o estado. Porque é na união — e nunca na divisão — que a indústria cresce, permanece e transforma.
Soraya Rigo
Diretora Administrativa e Financeira na GM Industrial
Industrial voluntária, Diretora do Sindifer na gestão 2025-2028










