A importância do coordenador pedagógico na escola

A figura do coordenador pedagógico surgiu com as transformações na educação entre as décadas de 70 a 90

Texto: Luiz Alberto Bruno Sousa

Durante algum tempo questionei com meus coordenadores pedagógicos a forma como atuavam. Mesmo porque, hoje compreendo, eram pessoas que não estavam preparadas para tal função. A interpretação do verdadeiro papel do coordenador pedagógico e sua valorização como profissional contribui para que as escolas ainda continuem produzindo novos modelos de coordenar, com qualificação e motivação para melhorar, e entendemos que sem políticas públicas fica difícil o andamento e o crescimento. Pois a não “gratificação” é muito ruim, e torna os futuros coordenadores, diante da responsabilidade para exercer tal função, vulneráveis. Posso dizer, depois de tudo que pesquisei, que o papel desse profissional é fundamental para o bom desenvolvimento da organização para evitar que ocorra a indisciplina, contribuindo, assim, para que haja um ensino de qualidade.
A figura do coordenador pedagógico surgiu com as transformações na educação entre as décadas de 70 a 90. A partir das transformações sociais, políticas e econômicas, a mudança de valores, a fragilidade da educação e a desvalorização dos profissionais provocaram situações de desânimo na educação, resultado de políticas educacionais formatadas e despejadas nas escolas sem um planejamento, sem a participação dos professores. O coordenador pedagógico surge em meio a essas inovações educacionais voltadas para projetos diferenciados, mudanças, porém, sem nenhuma qualificação, o que comprometeu o bom desempenho de sua função. A figura do coordenador foi fruto de uma concepção progressista, onde as novas formas de gestão escolar e o processo ensino-aprendizagem foram postos em prática. E, hoje, o coordenador convive com adversas condições de trabalho. Faltam condições objetivas, formação técnica, materiais favoráveis, organização coletiva, entre outros fatores, prejudicando, assim, sua real função: a de coordenar, planejar acompanhar todo processo didático-pedagógico.
Leva-se em consideração que o atual cenário educacional da gestão democrática busca desenvolver uma gestão participativa, tendo o gestor e o coordenador como mediadores das ligações entre escola-comunidade-família, onde há ligação orgânica entre a direção e participação dos membros da equipe escolar. O século XXI inicia-se com uma bagagem cheia de incertezas políticas, ideológicas, comportamentais. Essa situação se reflete também na escola, fazendo emergir sensações de impotência e pessimismo nas pessoas que participam dessa comunidade.
Segundo Kuhn (1970), a superação de um paradigma, é lenta e encontra grandes resistências. No período de transição convivem elemento do velho e do novo paradigma que vai, progressivamente, substituindo com vantagem, representações, atitude e procedimento. A função formativa exercida pelo coordenador pedagógico está diretamente relacionada à formação continuada dos professores para atuação em suas atividades de docência. Cabe a esse profissional auxiliar os docentes para que eles aprimorem, seus conhecimentos e suas práticas pedagógicas, por meio da oferta de oficinas e curso on-line, por exemplo. Que abordem temas de relevância como didática, prática de ensino e método avaliativo. Portanto, as funções planejar, organizar, dirigir e controlar, significam assumir responsabilidade pela realização dos resultados e pela utilização correta dos recursos disponíveis. Todas as instituições de ensino buscam entregar uma educação de qualidade, com um espaço organizado e eficiente para garantir o pleno aprendizado dos estudantes.
Enfim, para que isso aconteça, é preciso uma boa gestão escolar em que diretor, coordenador, orientador e demais profissionais atuem para complementar o papel do professor em sala de aula. Antigamente, era comum que a responsabilidade pelo aprendizado do aluno fosse apenas do professor, mas, desde a década de 1970, os especialistas no assunto defendem que a atuação do orientador, diretor e coordenador também tem papel fundamental para evolução dos estudantes e da escola como um todo. Por isso, é importante que todos se comuniquem e criem uma relação de confiança para que a recíproca seja verdadeira em todos os setores e banimento no que não reflete o consenso do crescimento na educação.