Meio ambiente

Grande Barreira de Coral sofre o branqueamento mais severo em cinco anos

Causado por mudanças climáticas, fenômeno na Austrália coloca em risco todo o ecossistema marinho, já que algas que alimentam outros animais podem morrer

A Grande Barreira de Coral, localizada no nordeste da Austrália, está sofrendo, pela terceira vez em apenas cinco anos, com o branqueamento de corais. No entanto, esse é o evento mais grave já registrado no local.
O pesquisador Terry Hughes, da Universidade James Cook, verificou 1.036 recifes do alto de um avião, durante as últimas duas semanas de março, para medir a extensão e a gravidade do branqueamento em todo o recife. “Pela primeira vez, ele atingiu as três regiões da Grande Barreira de Coral: as partes norte, central e agora grandes áreas do sul”, disse Hughes, em nota.
O branqueamento de corais é causado por mudanças climáticas que geram picos de temperatura no mar em verões muito quentes. Assim como o nome sugere, a consequência desse fenômeno é a perda do pigmento de algas que alimentam outros animais marinhos. Isso gera um desequilíbrio, já que as algas morrem e deixam de fornecer nutrientes para outras espécies.
A primeira vez que isso ocorreu na Austrália foi em 1998, o ano mais quente já registrado. O evento se repetiu em 2002, 2016, 2017 e agora em 2020. “O branqueamento não é necessariamente fatal e afeta algumas espécies mais que outras”, diz em comunicado o professor Morgan Pratchett, também da Universidade James Cook, que liderou pesquisas subaquáticas para avaliar o branqueamento.
Segundo ele, um coral pálido ou levemente branqueado normalmente recupera sua cor dentro de algumas semanas ou meses e sobrevive. Porém, muitos corais morrem quando o clareamento é grave. O norte foi a região mais afetada em 2016; em 2017 foi a parte central do ecossistema. Já em 2020, o branqueamento se expandiu ainda mais e inclui o sul.
O espaçamento entre os eventos de branqueamento está diminuindo, dificultando uma recuperação completa. “Voltaremos à água no final deste ano para avaliar as perdas de corais desse evento mais recente”, disse Pratchett.

Fonte: Galileu.com

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