Crescer longe da natureza faz mal para a saúde mental, diz pesquisa

Os pesquisadores investigaram como as memórias da infância estariam associadas a sentimentos de nervosismo e depressão na vida adulta
Um estudo feito pelo Instituto de Saúde Global de Barcelona mostra que falta de espaço natural ao ar livre na infância pode ter consequências para a saúde mental ao longo da vida. Os pesquisadores coletaram dados de cerca de 3,6 mil pessoas em quatro países europeus e investigaram como as memórias da infância estariam associadas a sentimentos de nervosismo e depressão na vida adulta. O estudo foi publicado no International Journal of Environmental Research and Public Health.
Segundo Wilma Zijlema, coordenador do estudo, isso mostra a importância dos espaços verdes, não apenas para uma “atitude apreciadora da natureza”, mas para “um estado psicológico saudável na vida adulta”. Os participantes responderam a perguntas sobre sua infância, relembrando se costumavam passar o tempo em parques ou apenas brincando no quintal de casa. Depois eles tiveram que fazer um teste psicológico, determinando seus sentimentos de nervosismo, depressão e fadiga no último mês.
Os resultados mostram que os participantes com notas mais baixas nos testes de saúde mental também tinham menos exposição à natureza na infância, e isso era verdade, independentemente de quanto tempo passavam na natureza quando adultos.
Mas é importante lembrar que os participantes relataram retrospectivamente suas experiências na natureza da infância, o que significa que elas poderiam ter sido influenciadas em suas lembranças. “Estudos longitudinais que objetivamente medem a exposição na infância e dados de saúde são necessários para investigar associações entre acessibilidade da natureza, tempo e atividades passadas na natureza durante a infância e saúde mental e física ao longo da vida”, conclui o estudo.
Atualmente, 73% dos europeus vivem em áreas urbanas. Em 2050, esse índice será superior a 80%. “Na maioria dos países, as atividades na natureza não são uma parte regular do currículo escolar”, escrevem os autores. “Consequentemente, as crianças que não têm oportunidades de interagir e obter uma apreciação da natureza em casa, têm poucas chances de experimentar o contato com a natureza”.
Fonte: Revista Galileu