Reduzir consumo de carne beneficia saúde, economia e meio ambiente
O gado libera grandes quantidades de gás metano da atmosfera, um poluente 21 vezes pior do que o CO2
Um estudo de 2016, feito por pesquisadores do departamento de sustentabilidade da Universidade de Oxford, mostrou que a redução do consumo global de carnes pode melhorar a saúde, o meio ambiente e também a economia.
O resultado da pesquisa foi publicado na revista científica PNAS. Segundo os autores, foi a primeira vez que as análises sobre a influência na saúde e nas emissões de gases de efeito estufa foram relacionadas.
A criação de animais ruminantes afeta o meio ambiente de diferentes formas e está diretamente ligada às emissões globais. O gado, por exemplo, libera grandes quantidades de gás metano da atmosfera, um poluente 21 vezes pior do que o CO2. Além disso, o desmatamento gerado para manter a pecuária e a agricultura em larga escala, colabora para a perda de florestas que atuam como importantes pontos de armazenamento de carbono. Sem contar o impacto na biodiversidade local.
Com estas informações, os cientistas concluíram que era necessário cruzar informações e cenários distintos para entender realmente como o consumo de carne pode afetar o planeta.
Os pesquisadores desenharam quatro cenários em um modelo computadorizado para analisar como cada um deles se apresentaria em 2050. São eles:
- Mantendo os padrões de produção atuais – Para este cenário foram utilizados dados e previsões da Organização para a Alimentação e Agricultura das Nações Unidas.
- Com dietas globais saudáveis – nesta situação, as pessoas em todo o mundo se alimentariam de maneira saudável, consumindo apenas as calorias necessárias para manter o peso saudável. Foram consideradas dietas que incluem: cinco porções de frutas e vegetais, menos de 50 g de açúcares e, no máximo, 43 gramas de carne diariamente.
- Com dietas vegetarianas, que incluem laticínios – seriam seis porções de frutas e legumes e uma porção de grãos, como feijão e lentilhas.
- Com dietas veganas completamente à base de plantas – com sete porções de frutas e legumes e uma porção de grãos.
Para explicar a experiências, os pesquisadores esclarecem que os cenários foram projetados para explorar a gama de possíveis resultados proporcionados por uma exclusão progressiva de alimentos feitos com base animal na dieta humana.
A primeira descoberta está relacionada à saúde. Apenas passando do 1º para o 2º cenário, já seria possível salvar a vida de 5,1 milhões de pessoas ao ano. Quando analisado o cenário com dietas vegetarianas, o número sobe para 7,3 milhões e com dietas veganas, chea a incríveis: 8,1 milhões. A explicação seria de que comer menos carne reduz a incidência de doenças crônicas não transmissíveis, associadas ao sobrepeso e a dietas pouco saudáveis.
A segunda observação diz respeito aos poluentes. “Com a dieta saudável, que contem ainda um pouco de carne, as emissões globais de gases de efeito estufa só aumentaria 7% em 2050. Com o cenário seguindo o padrão atual, esse aumento seria de 51%”, diz a reportagem feita pelo Washington Post. Os benefícios econômicos vêm na terceira colocação. De acordo com os cientistas, a mudança de hábitos que se reflete em menos doenças, também significa menos gastos com saúde. A economia, apenas com custos para combater doenças e com os dias de trabalho perdidos em consequência de enfermidades, seria de US$ 700 bilhões a US$ 1 trilhão anuais.
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Fonte: CicloVivo