Tecnologia & Inovação

Telescópio eROSITA capta o raio X mais profundo já feito do Universo

Cientistas russos e alemães que comandam o instrumento esperam que registros sirvam, entre outras coisas, para estudos sobre a evolução da nossa galáxia

Foram necessários 182 dias para que o telescópio eROSITA, lançado em 13 de julho de 2019 pela missão russo-alemã Spectrum-Roentgen-Gamma (SRG), completasse sua primeira varredura do céu. E que varredura! O mapa — produzido a partir de raios-x dos espectros mais quentes e energéticos do Universo — revela mais de um milhão de objetos astronômicos, entre estrelas próximas e buracos negros distantes.
“Essa imagem completa do céu muda totalmente a forma como vemos o universo energético”, diz, em comunicado, Peter Predehl, principal pesquisador do eROSITA no Instituto Max Planck de Física Extraterrestre, na Alemanha. O registro do telescópio é quatro vezes mais profundo do que o realizado há 30 anos pelo ROSAT, lançado em 1990.
A imagem revela em detalhes estruturas importantes para entender a evolução da nossa galáxia. Também podem ser observadas estrelas com coronas magneticamente ativas, estrelas binárias contendo estrelas de nêutrons, anãs-brancas e ainda resquícios de supernovas na Via Láctea e em galáxias próximas.

Mapa do telescópio eROSITA revela um milhão de objetos astronômicos (Foto: Jeremy Sanders/Hermann Brunner/Andrea Merloni e equipe eSASS/Eugene Churazov/Marat Gilfanov)

Até agora, 165 GB de dados foram coletados pelas sete câmeras do telescópio. “Nós checamos e monitoramos a ‘saúde’ do instrumento diariamente, junto com nossos colegas de Moscou”, relata Miriam Ramos-Ceja, membro da operação na base da Alemanha. “É incrível poder se comunicar em tempo real com um instrumento a 1,5 milhão de quilômetros de distância!”, complementa.
Apesar de as imagens da primeira varredura ainda estarem sendo estudadas, uma segunda etapa já está em andamento, com previsão de ser concluída até o fim de 2020. “Nos próximos três anos e meio, planejamos ter sete mapas semelhantes a esse”, conta Rashid Sunyaev, líder da equipe russa do estudo. A expectativa é que os achados sejam usados por astrofísicos e cosmólogos durante décadas.

Fonte: Revista Galileu

Luzimara Fernandes

Luzimara Fernandes

Jornalista MTB 2358-ES

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