Comportamento & Equilíbrio

Por que na idade adulta repetimos atitudes que criticamos em nossos pais?

Repetir comportamentos dos pais é comum e, felizmente, pode ser quebrado

De um jeito específico de lidar com dinheiro — esbanjando, abusando da mesquinhez ou vivendo em dificuldades financeiras — até a mania de reclamar, dar bronca nos filhos na hora da lição de casa ou se comportar em relacionamentos afetivos. Muitas pessoas, em algum momento, vão reproduzir um hábito ou comportamento familiar que nunca apreciaram.
Nem sempre é fácil se dar conta disso: em geral, alguém de fora (marido ou mulher, por exemplo) chama a atenção para a repetição com frases em tom de crítica como: “Você está parecendo a sua mãe!” ou “Com esse tipo de pensamento você só podia mesmo ser filho do seu pai!”. É comum levar um susto ao tomar consciência de que justamente aquilo que tanto criticava ficou enraizado dentro de si.
Se há incômodo com isso, a boa notícia é que se trata de um padrão que pode ser quebrado. Primeiro, porém, é preciso entender por que tanta gente repete na idade adulta ações e características que, nos pais, lhes causaram — e talvez ainda causem — desgosto.
Cada família pode ser vista pela ótica de um sistema único, um conjunto de crenças de comportamento que direcionam maneiras de aprender e enfrentar a vida. “Para cada tema, cada família pode atribuir um valor diferente e um sentido único de se relacionar com aquilo. Essa dinâmica e conjunto de comportamentos podem ser passados de forma transgeracional, tendo a origem em nossos antepassados. Por isso, muitas vezes é difícil detectar por que e como você iniciou tal padrão. De maneira direta ou indireta, para auxiliar no processo de desenvolvimento e aprendizado, os pais acabam transmitindo os valores desse sistema familiar para os filhos”, diz Giovana Rossi Lenzi, coordenadora do Serviço de Psicologia do Hospital Santa Catarina, em São Paulo (SP).

(Foto: iStock)

O psiquiatra Nikolas Heine, membro do corpo clínico do Hospital 9 de Julho, em São Paulo (SP), endossa a tese epigenética levantada por Lenzi: “O DNA tem inúmeras informações. Ao longo da vivência, parte das informações inibidas passam a ser expressas e outras não, mas todas elas são passadas aos filhos pela genética”. Segundo ele, às vezes o comportamento permanece, mesmo sendo disfuncional, porque a pessoa não consegue mudar o que está em seus genes.

Fonte: UOL

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