Política

Pré-candidato em 2022, Manato critica política estadual

Carlos Manato, médico especialista em Ginecologia e Obstetrícia, aposentado, atuou como deputado federal por quatro mandatos consecutivos. Em 2019, foi convidado pelo presidente Jair Messias Bolsonaro para assumir a Secretaria Especial da Casa Cível para a Câmara dos Deputados, onde permaneceu até junho daquele ano. Como empresário, participou do grupo de sócios do Hospital Metropolitano.
Pré-candidatíssimo ao governo do Estado em 2022, deu entrevista à coluna Olhar de uma Lente, do jornalista Haroldo Cordeiro Filho, na qual apresentou algumas ideias de gestão pública e fez duras críticas às ações do governo Casagrande, como o lockdown, decretado no último dia 18.
Atualmente, atuando no mercado imobiliário com sua empresa FM Imobiliária, localizada na Mata da Praia, Manato disse ter colocado seu nome à disposição do presidente Jair Bolsonaro para concorrer ao cargo de governador do Estado em 2022. “Não estou filiado à nenhuma legenda, vou para o partido que o presidente sinalizar. Sou o único que colocou o nome como pré-candidato contra o atual governo, já existe uma conversa com ele (presidente) e, se tudo caminhar do jeito que vem caminhando, meu nome é o que tem mais simpatia no grupo conservador no Estado. Alguns podem não concordar com o projeto, mas é assim mesmo, esses pensam pequeno, estão mais preocupados com projetos individuais”, afirma Manato.
O ex-deputado é favorável à liberdade econômica que, de acordo com ele, é essencial para o desenvolvimento de qualquer país e essa coisa de direita e esquerda é uma coisa muito radical. “Assumi meu primeiro mandato em 2003 e metade dos votos foram da igreja Maranata. Lá, nossos princípios são conservadores, somos contra o aborto, contra as drogas, contra a pedofilia e defendemos o casamento dentro da normalidade, mas respeitamos as diferenças, as diversidades, as minorias (quilombolas, indígenas, LGBTQIs), somos todos iguais perante a Deus. Cada um tem a sua liberdade, cada um tem a sua preferência, o que importa é a índole da pessoa, se ela é séria, honesta, trabalhadora, isso é que interessa”, explica.
Empenhado em ver um Estado mais justo e desenvolvido, Manato está criando o “Projeto Cuidar”, que quer cuidar do Estado, cuidar das áreas do Estado. “Não adianta eu gastar dinheiro no Cais das Artes, enquanto nossos hospitais carecem de máquinas de ressonância, pessoas nas filas precisando de cirurgia de cataratas, precisando de exame de mamografia ou de preventivo do câncer… vamos cuidar dessas pessoas. Vamos pegar as prefeituras e comprar serviços no lugar mais próximo que tiver, se o cidadão mora em Dores do Rio Preto ou em Alegre, por exemplo, faz a ressonância em Guaçuí, o município mais próximo, com preço do Sistema Único de Saúde (SUS)… o dono do aparelho, muitas vezes, fica com ele parado. Colocando uma van de 16 lugares todos os dias para transportar essas pessoas, em um mês você acaba com a fila”, garante.
Perguntado sobre o governo federal, Manato disse que Bolsonaro não consegue trabalhar e nem desenvolver o que se propôs. “Rodrigo Maia atrasou o País dois anos. O que fizeram esses anos todos com o Nordeste, muitos ficaram milionários com a indústria da seca, mas agora ele está levando água, passando por cima de tudo e todos. Quantos embargos a transposição do Rio São Francisco sofreu por pressão da indústria da seca? Outra situação é referente às estradas da transamazônica que começavam e paravam, começavam e paravam. Agora as coisas estão andando por lá, graças ao atual presidente”, elogia.

Prosseguindo na análise de trabalho sério e honesto, Manato critica o que tem sido feito no Espírito Santo. “Aqui, no nosso Estado, perdemos o Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap) e não houve nenhuma programação estratégica para trazer e manter aqui as empresas de exportação e importação, elas sumiram do solo capixaba. O Estado não criou facilidades, muito pelo contrário, colocou dificuldades… não houve parceria. O Estado pode ganhar de formas diferentes, oferecendo mais incentivos. Se as empresas vierem para cá elas gerarão empregos, o que gera consumo, gera receita, é assim que deve funcionar porque funciona em outros estados”, analisa.
Manato não deixou por menos quando falou da pandemia, segundo ele “o lockdown é um projeto da esquerda festiva com o qual os governadores estão fazendo para ver se recebem mais dinheiro do governo federal e desgastar o presidente Jair Bolsonaro. Não tem nada que comprove, cientificamente, que o lockdown ajuda. Esse decreto do governo estadual, que vem tendo apoio de alguns municípios, está matando milhares de micro e pequenos empresários, deixando pais de famílias em desespero. Estão acabando com empregos, isso é um absurdo. A gente não entende como alguns municípios que estavam no risco amarelo até alguns dias atrás e, hoje, mesmo tomando todos os cuidados preventivos foram obrigados a obedecerem o decreto por pressão do governo estadual, através do Tribunal de Constas (TC), do Tribunal de Justiça (TJ) e do Ministério Público (MP), uma verdadeira injustiça”, salienta.
“Praias que significam ar puro, atividades físicas, vitamina D, estão fechadas. Não usaram protocolo de tratamento preventivo com os medicamentos Ivermectina, Azitromicina e hidrocloroquina, isso tudo é um crime com a população brasileira. Politizaram a pandemia e nós lamentamos muito porque é o ambulante que não pode trabalhar. Aqui mesmo, na praia de Camburi, tem um vendedor de coco que a barraquinha dele sustenta cinco famílias. Por isso e por tantas outras coisas que sou totalmente contra essa medida descabida, ridícula e populista… É uma medida “esquerdopata” que vem prejudicando não só o nosso Estado, mas todo o Brasil”, lamenta.

Foto de capa: Haroldo Cordeiro Filho

Haroldo Filho

Haroldo Filho

Jornalista – DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

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