Nova espécie de sapo é encontrada no Sul da Amazônia, o Sapo Korekore
A espécie pode ser encontrada na região do rio Teles Pires, na divisa dos estados do Mato Grosso e do Pará
Pesquisadores do Mapinguari, em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), descobriram e catalogaram uma nova espécie de sapo, o sapo-de-chifre-dos-munduruku ou sapo-korekore. Seu nome é uma homenagem aos indígenas munduruku e korekore que significa sapo ou rã no idioma da etnia.
O Proceratophrys korekore pode ser encontrado no sul da Amazônia, na região do rio Teles Pires, em uma divisa entre os estados do Mato Grosso e do Pará, nos municípios de Jacareacanga (PA) e Paranaíta (MT).
O coordenador da pesquisa, Diego Santana, explica um pouco mais sobre a nova espécie. “Ele é uma espécie que pertence a um grupo de anfíbios que tem tipo uns chifrezinhos que, na verdade, a gente chama de apêndice palpebral, que são os famosos sapos-de-chifre, mas esse bicho, especificamente, não tem. Então, uma das causas características é que ele não tem esse apêndice na pálpebra”, comenta.
Outra característica interessante é a sua capacidade de se camuflar com facilidade, se juntando ao chamado folhiço da mata. Ele vive em pequenos riachos ou perto de lagoinhas, mas, principalmente, dentro de matas, onde ele se reproduz.
Além disso, o sapo tem tamanho médio, de quatro a cinco centímetros, com aparência de rugas e verrugas no seu corpo e sua coloração lembrando um folhiço. “Ele vive basicamente habitando as florestas ombrófilas, onde chove bastante e florestas bem densas, nos dois lados do rio Teles Pires. Ele basicamente é um bicho noturno, assim como a maioria dos anfíbios e coaxa em cima do folhiço. Então, os machos vocalizam para atrair as fêmeas”, explica.
Por conta da sua localidade, existe uma preocupação maior em relação à vida do pequeno sapo, já que a região do rio Teles Pires está no arco do desmatamento da Amazônia. “As hidrelétricas estão alagando a região onde esse bicho vive. Ele é quase extinto nesse local e tem muito garimpo naquela região ali também. Sem falar que a região do Teles Pires está no arco do desmatamento da Amazônia. Então, ele é um bicho de floresta. Acabou a floresta, acabou a espécie também”, alerta o pesquisador.
Infelizmente, a espécie se encontra em extinção por conta da extração ilegal de madeira e do desmatamento que ocorre para o pastoreio de gado. Além disso, a mineração ilegal de ouro dentro das florestas, ou seja, os garimpos, foram observados durante a pesquisa. O rio Teles Pires também foi represado por múltiplas usinas hidrelétricas, o que causou consideráveis perdas de habitat natural e fragmentação.
Fonte: Portal Amazônia