Nova planta comestível da família das cebolas é descoberta por indianos
Cebola, alho, cebolinha e alho-poró. O que esses vegetais têm em comum além de serem temperos deliciosos na culinária de diversos países (principalmente do Brasil)? Simples: todos eles são espécies de plantas pertencentes à mesma família (Liliaceae) e ao mesmo gênero (Allium). Agora, a família cresceu (para alegria dos paladares apaixonados por um bom tempero), pois pesquisadores da Índia descobriram no Himalaia uma nova espécie do gênero Allium.
De acordo com um estudo publicado na revista científica PhytoKeys e conduzido por cientistas do National Bureau of Plant Genetic Resources (Escritório Nacional de Recursos Genéticos de Plantas — ICAR, em tradução livre) em Nova Déli, a nova planta, chamada Allium negianum, foi descoberta na área de fronteira indo-tibetana da Vila de Malari, que fica no Vale Niti, em Chamoli, no estado indiano de Uttarakhand.
A planta cresce de três mil a quatro mil metros acima do nível do mar e pode ser encontrada em solos arenosos ao longo de rios e riachos que se formam em pastagens de neve em prados alpinos (conhecidos localmente como “bugyal” ou “bugial”). Nesses locais, o degelo da neve ajuda a transportar as sementes de negianum para áreas mais favoráveis.
Espécie recém-descoberta de cebola só é vista no Himalaia
Com uma distribuição bastante limitada, essa espécie recém-descrita está restrita à região oeste do Himalaia e ainda não foi relatada em nenhum outro lugar do mundo. O nome científico homenageia Kuldeep Singh Negi, um eminente explorador e colecionador de Allium da Índia.
Embora nova para a ciência, a espécie é conhecida há muito tempo sob cultivo doméstico pelas comunidades locais. Enquanto trabalhava na pesquisa, a equipe ouviu falar de phran, jambu (não confundir com a planta comum na culinária paraense), sakua, sungdung e kacho — diferentes nomes locais para essa planta.
Até agora conhecida apenas na região do Himalaia ocidental, ela pode estar sob pressão de pessoas que desejam prová-la, e, por isso, os pesquisadores temem que a colheita indiscriminada de suas folhas e bulbos para tempero possa representar uma ameaça para a espécie na natureza.
Fonte: Olhar Digital