Economia

Depois do boom do e-commerce, lojas físicas voltam a ter a preferência do público e do mercado

Glaucio Siqueira, professor universitário e consultor empresarial, explica que a volta do atendimento presencial é tendência, inclusive para empresas nativas digitais

A pandemia de covid impactou fortemente a economia e promoveu um crescimento exponencial do mercado digital. Após quase dois anos, no entanto, os consumidores estão fazendo o caminho inverso e voltando para as lojas físicas. De acordo com pesquisa da Dunnhumby, plataforma de ciência de dados do consumidor, as visitas às lojas físicas voltaram a crescer e predominam com 60% da preferência do consumidor, contra 40% do on-line. Glaucio Siqueira, professor universitário, consultor empresarial e especialista em Empreendedorismo, avalia que o movimento de valorização do varejo físico é uma tendência a ser explorada em 2022.

“Após passar um período sem poder comprar presencial, o consumidor voltou valorizando esse contato com a loja física, de poder ver os produtos no varejo físico e até negociar com o vendedor. Os seres humanos são seres sociais, segundo Aristóteles, e por isso precisamos de outras pessoas para nos sentir felizes e plenos. Por muito tempo o atendimento presencial ficou restrito e, com a flexibilização das medidas de segurança, é natural esse movimento de volta”, analisa.

As lojas físicas passaram a receber mais clientes entre os meses de setembro e outubro, é o que aponta o Índice de Performance do Varejo (IPV), elaborado pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC): o fluxo de visitar cresceu 14% neste período e o número de vendas aumentou 12% nas lojas em shoppings e 4% nas lojas de rua.

“A tendência é que esses números aumentem em novembro e dezembro com as promoções de final de ano e as ações da Black Friday”, comenta.

Professor Glaucio Siqueira, especialista em Gestão Estratégica (Foto: Divulgação)

Professor Glaucio Siqueira avalia que a estratégia omnichannel, que alia o contato on-line e off-line, é uma escolha assertiva para o empreendedor neste cenário pós-pandemia.

“Dois terços dos consumidores brasileiros fazem compras on-line e off-line. A pandemia fortaleceu o e-commerce, mas o varejo físico segue forte na preferência do consumidor. Assim, para alcançar um público mais amplo, é preciso estar presente tanto na internet, quanto off-line”, explica o consultor.

De olho nesse cenário, empresas nativas digitais estão implementando lojas físicas. Um exemplo é a startup capixaba de vendas de vinhos, a Wine. Depois de bem consolidada na internet, ela passou a criar lojas físicas próprias, a primeira em Belo Horizonte/MG. “Essa é uma estratégia interessante para fortalecer o relacionamento com os clientes da marca e também para atrair novos consumidores”, avalia Glaucio.

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