Como desenvolver inteligência emocional e evitar ‘explosões’ no dia a dia
Em algum momento de raiva, tristeza ou até felicidade extrema, você já teve que parar e pensar antes de agir por impulso? Se a resposta foi sim, provavelmente a inteligência emocional já está sendo praticada em algumas situações do seu dia a dia.
Quando falamos desse tipo de ação, queremos dizer que estamos fazendo gestão das emoções e tentando buscar e nomear nossos próprios sentimentos. Embora seja muito comum, principalmente dentro de empresas, a busca pela inteligência intelectual, saber lidar com o emocional também é importante.
De fato, gerir certas atitudes no trabalho pode favorecer e facilitar o comportamento de algumas pessoas, além de melhorar o relacionamento com líderes e chefes. É o que apontou um estudo feito pela The School of Life, do Reino Unido, mostrando que 70% dos dois mil entrevistados concorda que ter um líder autoconsciente os tornou mais felizes. “A inteligência emocional não é o oposto da inteligência racional, mas sim como navegamos e entendemos o nosso funcionamento emocional. Parece estranho, mas cada vez mais precisamos entender nosso funcionamento emocional para prosperarmos no trabalho”, explica Diana Gabanyi, sócia-fundadora da The School of Life.
A especialista ressalta ainda que é importante entender nossas reações e saber como ler os outros também. “Acreditamos que o autoconhecimento é a base da inteligência emocional e temos que saber o que nos deixa com raiva, como reagimos quando levamos uma bronca do chefe, por exemplo, e como ter empatia pelo colega. Afinal, quando juntamos dezenas ou centenas de pessoas em escritórios, cada um com uma herança emocional diferente, o que eu levo para o pessoal, a minha colega pode não levar e um terceiro pode achar uma afronta”, reforça.
Mas o que é, de fato, inteligência emocional?
A inteligência emocional é entender e administrar suas próprias emoções e usá-las a seu favor. Ela pode ser aplicada no trabalho, na vida social, entre outras situações. Natália Pavani, psicóloga do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, explica que é a capacidade de conseguir fazer a gestão das emoções e está ligado com os resultados da vida, que não tem necessariamente uma ligação intelectual. “Uma pessoa pode ter uma alta capacidade de cálculo matemático, mas não ter habilidade em conversar com o gestor ou até se relacionar com o namorado”, diz.
Thais Oliveira, psicóloga da A Beneficência Portuguesa de São Paulo reforça que quanto mais conhecemos as nossas emoções, menos afetados pela emoção do outro vamos ser. A inteligência emocional, segundo a psicóloga, pode ser dividida em cinco pilares:
- Autorresponsabilidade: entender o que acontece na sua vida e, partir daí, tomar suas decisões.
- Percepção das suas emoções: reconhecer e perceber suas emoções, o que leva e diminui a impulsividade.
- Gerenciamento das emoções: é importante gerenciar os nossos sentimentos. Quando isso acontece, também aprendemos a lidar com a nossa própria emoção.
- Foco: ter um objetivo para determinado projeto ou sonho. Normalmente quando isso ocorre, a tendência ou ação das outras pessoas não o afetará tanto e será mais fácil lidar com certas situações.
- Ação: ter atitudes, mas sempre pensando e usando a inteligência, para agir em determinadas situações. É importante racionalizar e aprender como sair ou levar situações de tristeza, por exemplo. Sabendo como agir se torna mais fácil enfrentar situações adversas.
Como buscá-la na prática? Veja dicas
Em situações estressantes do trabalho
Faça uma pausa, levante e ande um pouco pela empresa. Quando houver uma situação estressante e ruim com o chefe, tente fazer uma releitura daquilo para não agir de maneira impulsiva ou rude.
Peça e dê feedback
É importante pontuar em quais processos a pessoa pode melhorar ou em quais pontos ela está errando muito. Tanto para a chefia quanto para o empregado essa troca é importante.
Faça perguntas abertas
Isso dá a chance de a pessoa se expressar melhor, diminui a ansiedade, aproxima chefe e subordinado e demonstra interesse mútuo entre os dois. Além disso, fazer perguntas certas, melhora e ajuda no desenvolvimento de soluções.
Não foque nos erros
Tire da cabeça que fracasso não existe: o importante é enxergar os resultados ruins e tentar tirar uma lição com cada um deles. Isso ajuda a manter a automotivação.
Treine sua inteligência emocional
Os sentimentos e as atitudes podem ser altamente treinadas. Por isso não se esqueça de criar e trabalhar essa habilidade. Tente se forçar e usar determinadas situações que, no passado, você agiria diferente.
Fonte: UOL