Bem-estar

Estudo mostra que música é tão eficaz para a saúde mental quanto exercício

Da próxima vez que você não puder sair para cumprir uma meta de exercício físico a fim de melhorar ou manter uma boa saúde mental, não se aborreça, apenas coloque uma música para ouvir e tudo certo. Meta cumprida. Isso é o que sugere um novo estudo publicado na revista JAMA Network Open, em 22 de março de 2022.
Baseado em uma meta-análise que abrange 26 estudos anteriores e um total de 779 pessoas, os dados obtidos mostraram que o impacto positivo de cantar, tocar ou ouvir música traz o mesmo benefício que, por exemplo, investir em exercícios de perda de peso. Pesquisas anteriores já apontaram a música gospel como medida preventiva contra doenças cardíacas, e também sugeriram que participar de um coral pode ajudar as pessoas a se recuperarem de um câncer.

“Evidências crescentes apoiam a capacidade da música de promover amplamente o bem-estar e a qualidade de vida relacionada à saúde”, escrevem os pesquisadores do artigo. “No entanto, a magnitude da associação positiva da música com a saúde mental ainda não está clara, particularmente, em relação às intervenções estabelecidas, limitando a inclusão de intervenções musicais na política e nos cuidados de saúde”, ponderaram.

Os 26 estudos incluídos nessa nova pesquisa usaram o conceito adotado 36-Item Short Form Survey (SF-36) sobre saúde física e mental, ou a alternativa mais curta com 12 perguntas, o que facilitou a sintetização dos dados. Depois, os resultados foram comparados com outras pesquisas que analisaram os benefícios de “intervenções médicas e não farmacêuticas (como exercícios para perda de peso)” no bem-estar, além de outros estudos em que os tratamentos médicos para problemas de saúde não incluíam musicoterapia.

De acordo com os especialistas, o aumento da saúde mental da música está “dentro da faixa, embora no limite inferior” do mesmo tipo de impacto observado em pessoas que se comprometem com exercícios físicos ou programas de perda de peso. “Essa meta-análise de intervenções musicais forneceu evidências claras e quantitativas de qualidade moderada de que as intervenções musicais estão associadas a mudanças clinicamente significativas na saúde mental”, disseram. “Além disso, um subconjunto de oito estudos demonstrou que a adição de intervenções musicais ao tratamento usual estava associada a alterações clinicamente significativas na saúde mental em várias condições”, completaram.
Houve ainda uma variação substancial entre os participantes sobre os diversos tipos de intervenções musicais, o que mostra que a musicoterapia não é algo que, necessariamente, vai funcionar para todos.

Por que esse estudo é importante?
Os especialistas esperam que estudos como esse incentivem os profissionais de saúde a prescrever algum tipo de musicoterapia com mais frequência quando se trata de ajudar os pacientes a se recuperar de doenças ou manter uma boa saúde mental.
Vale dizer que, para muitas pessoas, ouvir música ou cantar são atividades prazerosas, e que não exigem tanto quanto sair para fazer exercícios ou até mesmo seguir uma dieta. “Pesquisas futuras são necessárias para esclarecer as intervenções e doses ideais de música para uso em cenários clínicos e de saúde pública específicos”, concluem os autores.

Fonte: UOL

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