Comportamento & Equilíbrio

Amor não correspondido, o que fazer e como superar

Mude o referencial e encontre o seu caminho para superar um amor não correspondido e se realizar nos seus relacionamentos afetivos

Um amor não correspondido pode nos fazer sentir rejeição, ou que não somos o suficiente. Às vezes parece que aquela pessoa vai ficando lá em cima, grande, inatingível. E nós, pequenos e impotentes, vazios e tristes. Como lidar com esta dor e mudar esta realidade?

Digamos que você está diante de você duas portas. Você entra em uma delas. Neste lugar todos começam a olhar para você com carinho e admiração, fazendo elogios e dizendo o quanto gostam de você.

Saindo deste lugar, você entra na outra porta logo ao lado. Aqui todos lhe olham com desdém e recriminação. Dizem que não gostam de você, que você é horrível, ruim e desprezível. Você sai deste local e olha para as duas portas à sua frente novamente.

Você se pergunta: quem sou eu: a pessoa maravilhosa ou a pessoa desprezível? A resposta é: você é você. Exatamente a mesma pessoa visitou esses dois lugares. Quando você se baseia no referencial externo, fica confuso. Duvida de si mesmo. Mas se a referência estiver dentro, não se permitirá inflar com os elogios, nem murchar com as críticas negativas, pois sabe quem você mesmo é.

Gosta dos elogios e se sente desconfortável com as críticas. Pode até levá-los em conta para uma autoavaliação. Mas sua consideração e sentimento por si mesmo não são determinados pelo externo. Se sabemos quem somos, não deixamos que isso nos afete demais.

Pode ser difícil trazer o foco para dentro e saber quem somos, quando as mídias, o clima competitivo, a forma como o mundo lá fora funciona, tudo remete nosso referencial para fora. Mesmo sem perceber, estamos sempre nos comparando. Vamos nos esvaziando, murchando sem nem perceber. A autoestima vai se esvaindo e tentamos nos preencher e nos maquiar com mais do que o mundo lá fora nos diz que é bom, bonito, legal.

Mas a dor de não ser correspondido no amor pode ser o impulso para irmos para dentro. A oportunidade para nos descobrir, nos conhecer mais, nos preencher de verdade e assim nos fortalecer para o amor que é correspondido. A dor vem também da expectativa de amor que projetamos e não se concretizou. Sentimos como se a outra pessoa nos tirasse a possibilidade do amor, e que não tem jeito, afinal, ela não correspondeu.

Quando nos fixamos demais em uma pessoa, talvez tenhamos criado um amor platônico. Neste caso, projetamos algo que desejamos ter ou ser no outro. Mas a possibilidade de amar e receber amor continua existindo. Aquela pessoa lá fora pode ser o símbolo desse desejo neste momento, parece que é uma coisa só: meu desejo e a pessoa. Mas o desejo é seu. Ninguém pode tirar isso de você. É essencial saber discernir o seu desejo da pessoa lá fora e lembrar que ninguém pode lhe tirar o que é seu aí dentro.

Tudo que foi inventado neste mundo, foi porque alguém acreditou e continuou firme em sua ideia, mesmo diante dos fracassos e frustrações. Se amar e ser amado é o que você realmente quer, então, em vez de ficar sofrendo pelo outro, esperando o amor lá fora, sacuda a poeira e comece a olhar para dentro. Se a dor desta experiência é intensa demais, é preciso olhar com mais carinho ainda para dentro, pois sinaliza algum tipo de ferida sutil, nos níveis emocional, mental e/ou espiritual. Mostra seu Eu machucado.

Talvez toda essa experiência esteja acontecendo como um chamado para cuidar dessas feridas. É preciso conhecê-las melhor para poder curá-las. Qual sua maior dor nesta experiência? Como você se enxerga ao passar por ela? Do que tem mais medo ou mais quer evitar? Por quê? Você se lembra de outros momentos quando sentiu esse mesmo sentimento?

Pode ser uma ferida relacionada à rejeição, ao não acreditar que alguém possa se interessar por você, a não conseguir ser alguém à altura ou ser merecedora do amor, à não aceitar que o outro possa não gostar de você, à dor da pessoa preferir ficar com outra pessoa e você se sentir preterido, por exemplo.

Você perceberá que as feridas na realidade são um conjunto de sentimentos e crenças distorcidas sobre si mesmo, sobre o amor e a vida, formando uma rede no qual você acaba ficando aprisionada (o) ao amor não correspondido.

Assim como uma ferida no seu corpo precisa ser cuidada para não infeccionar e inflamar, um machucado sutil necessita atenção para não se agravar. Apesar do desconforto, permita-se entrar em contato com o sentimento desagradável.

Você pode até fechar os olhos e sentir que partes do corpo carregam esse desconforto. Respire focando nestes locais e deixe a dor sair e ir embora. Você pode fazer uma meditação de limpeza para ajudar a limpar esta ferida do amor não correspondido.

Uma ferida no corpo demanda tempo e cuidado contínuo até cicatrizar. Curar as feridas sutis também. Então tenha paciência, persista e siga em frente. Faz parte da cura fortalecer sua autoestima, então busque os seus caminhos para isso. Corresponda ao amor primeiramente aí dentro de você.

Fonte: Terra

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