Ciência

Anfíbios gigantes antigos nadavam como crocodilos há 250 milhões de anos, diz novo estudo

Antigos anfíbios de dois metros de comprimento nadavam como crocodilos muito antes de existirem crocodilos verdadeiros, de acordo com um estudo publicado em 29 de março

Durante o período Permiano Tardio, há pouco mais de 250 milhões de anos, a África do Sul era o lar de rhinesuchid temnospondyl, grandes anfíbios predadores com corpos semelhantes a crocodilos ou grandes salamandras. Estes animais extintos são conhecidos principalmente a partir de restos esqueléticos, mas neste estudo os pesquisadores descrevem um conjunto excepcional de vestígios fósseis que fornecem informações sobre como esses animais se moviam através de seu ambiente.
Os fósseis foram encontrados em um local que os pesquisadores chamam de paleosuperfície Dave Green, na província de KwaZulu-Natal da África do Sul, em uma superfície rochosa que já foi o fundo de um baixio de maré ou lagoa do antigo mar de Karoo.

Anfíbios gigantes antigos nadavam como crocodilos há 250 milhões de anos, diz novo estudo

Os pesquisadores analisaram sete impressões corporais (vestígios de repouso) e uma série de marcas de cauda (vestígios de natação) inferidas como tendo sido feitas por um rhinesuchid temnospondyl que tinha cerca de dois metros de comprimento.
Com base no arranjo espacial desses vestígios, os pesquisadores os interpretam como tendo sido feitos por um ou dois animais nadando de um ponto de descanso para outro, talvez enquanto procuravam comida. A forma sinuosa das marcas de cauda sugere que esses animais se impulsionavam através da água com movimentos contínuos da cauda de um lado para outro, como os crocodilos e salamandras modernos.
Além disso, a forma das impressões do corpo, bem como uma relativa falta de pegadas ao lado das marcas, sugere que esses anfíbios colocavam as patas contra seus corpos enquanto nadavam, também de modo semelhante ao dos crocodilos.
Esses fósseis indicam um estilo de vida ativo de natação e caminhada pelo fundo destes anfíbios antigos, uma interpretação tornada possível pela extraordinária preservação das marcas de locomoção. Este sítio fóssil também preserva numerosos vestígios de outros tetrápodes (animais de quatro patas), peixes e invertebrados, e é, portanto, uma localização-chave para a compreensão dos ecossistemas do período Permiano.
Anteriormente, os paleontólogos baseavam suas ideias sobre como os rhinesuchid temnospondyls se moviam por comparações de esqueletos fósseis com criaturas vivas. Os especialistas não tinham certeza se os animais usavam suas caudas, braços e pernas, ou alguma combinação dos dois, enquanto se moviam por rios, lagos e pântanos. Mas os novos vestígios sugerem que estes eram principalmente anfíbios movidos pela cauda.

Fonte: Sputnik News Brasil

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