Ciência

Explosão mais forte vista no Universo intriga cientistas

A explosão tem emitido um brilho mais forte que uma supernova por pelo menos três anos

Por Mateus Dias

Um grupo de astrônomos observaram a maior explosão do Universo e que tem acontecido há pelo menos três anos. A AT2021lwx, como é conhecida, é pelo menos 10 vezes mais brilhante e do que qualquer supernova já observada e até mesmo que a luz emitida por um buraco negro supermassivo devorando uma estrela, conhecido como eventos de ruptura de maré.
A AT2021lwx está localizada a cerca de oito bilhões de anos-luz da Terra, o que indica que ela ocorreu a 6 bilhões de anos atrás, e foi vista pela primeira vez a partir de observações feitas em 2020, pelo Zwicky Transient Facility e depois pelo Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System (ATLAS), localizado no Havaí.

Brilho forte
Ambos os telescópios são projetados para buscar no céu noturno eventos astronômicos que mudam rapidamente de brilho ao longo do tempo, o que pode representar uma explosão de raios gama nas profundezas do universo, ou um cometa ou asteroide próximos. E embora já faça três anos desde que a explosão foi detectada, só agora a magnitude dela foi conhecida.

Chegamos a isso por acaso, pois foi sinalizado por nosso algoritmo de pesquisa quando estávamos procurando por um tipo de supernova. A maioria das supernovas e eventos de rupturas de maré duram apenas alguns meses antes de desaparecer. Algo ser brilhante por mais de dois anos foi imediatamente muito incomum”, disse Philip Wiseman, líder da pesquisa, em comunicado.

De acordo com os pesquisadores, a explicação mais plausível para o que está causando todo esse brilho é um buraco negro se alimentando de fragmentos de uma nuvem gás com milhares de massas solares. Ao fazer isso, ondas de choque são espalhadas tanto para o restante do gás quando para um aglomerado de poeira em forma de rosquinha em volta do buraco-negro, o que faz com radiação eletromagnetica brilhante seja emitida.
Eventos do tipo já foram observados, mas são raros de acontecer e geralmente a explosão é muito menor que a AT2021lwx.

Outro explosão ainda mais brilhante que essa já foi observada em 2022, uma explosão de raios gamas a 2,4 bilhões de anos-luz de distância, mas após sua detecção ela durou apenas mais 10 horas, o que significa que a AT2021lwx, desde que foi descoberta já liberou muito mais energia.
Para saber mais sobre a explosão, após sua descoberta foram utilizados vários telescópios diferentes incluindo o Neil Gehrels Swift Telescope, o New Technology Telescope, no Chile, e o Gran Telescopio Canarias em La Palma, na Espanha.

Distância e luminosidade
A partir dessas observações foi possível medir como a luz foi emitida e absorvida em torno do evento e dividir as emissões em diferentes comprimentos de ondas. Isso permitiu que os pesquisadores calculassem a distância que a AT2021lwx está localizada.

Depois de saber a distância até o objeto e quão brilhante ele nos parece, você pode calcular o brilho do objeto em sua fonte. Depois de realizarmos esses cálculos, percebemos que isso é extremamente brilhante”, explicou Sebastian Hönig, membro da equipe de pesquisadores

Em todo universo só existe uma categoria de objetos que podem ser tão brilhantes quanto essa explosão: buracos negros supermassivos se alimentando de gases estelares que caem nele em alta velocidade, liberando emissões muito brilhantes conhecida como quasares. Mas nesses eventos o brilho sobe e desce e a maneira repentina em que o AT2021lwx apareceu é sem precedentes.

Os pesquisadores esperam fazer ainda mais observações e simulações para descobrir se o que esta causando a explosão é realmente uma nuvem de gás sendo sugada por um buraco negro ou algum outro motivo. Eles também esperam que no futuro, com novos telescópios possam detectar mais eventos do tipo e aprender mais sobre eles.

Fonte: Olhar Digital

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