Meio ambiente

Vaquita à beira da extinção: faróis de esperança para o mamífero marinho mais raro do mundo

Por Francesca Capozzi

É o mamífero marinho mais ameaçado do mundo e os esforços exaustivos para proteger a espécie estão valendo a pena. A vaquita, Phocoena sinus ou boto do Golfo do México ainda está conosco e as notícias são nada menos que incríveis. Um estudo científico mostrou no ano passado que poderíamos salvar os últimos 10 espécimes restantes nas águas do nosso planeta e parece que estamos fazendo isso da maneira certa. Os resultados da Pesquisa Vaquita de 2023 provam isso.

O relatório divulgado recentemente confirmou a presença de 10 a 13 vaquitas no México, incluindo um filhote recém-nascido. Isso significa que o número de espécimes avistados permaneceu estável desde as últimas expedições de pesquisa de 2019 e 2021. Para pesquisadores, biólogos e ativistas marinhos, este é um primeiro passo muito importante para salvar a vaquita do precipício, embora seja uma vitória inicial.

Esta pesquisa revelou o maior sucesso de conservação das vaquitas em meus 30 anos de trabalho para conservar esta espécie”, disse a Dra. Barbara Taylor, líder da pesquisa.

A Pesquisa Vaquita de 2023 foi realizada de 10 a 26 de maio por 14 observadores altamente treinados em parceria com a Sea Shepherd Association e a Comissão de Áreas Naturais Protegidas do México (Conanp). Especialistas estimaram visualmente o tamanho da população de vaquitas a bordo de duas embarcações usando drones e fotografia.

As vaquitas foram localizadas e rastreadas enquanto se alimentavam. Todos os espécimes pareciam saudáveis. Após um terrível declínio populacional de 45%, temia-se que as vaquitas já estivessem extintas, hoje — contra todas as probabilidades — não é o caso.

Mas como poderia ter sido evitado o pior para o boto mexicano? Acompanhando de perto a atividade pesqueira nos últimos meses naquele que é apelidado de “o último reduto da vaquita”. Em 2022, a Marinha Mexicana colocou 193 blocos de concreto com ganchos de metal de 3m de altura nesta área para combater as redes de emalhar. Isso levou à redução de 90% dessas redes de pesca, ação considerada mais significativa para a proteção da espécie.

Os resultados da pesquisa de maio de 2023 fornecem evidências claras de que esse tipo de proteção precisa ser expandido para cobrir mais áreas remanescentes de vaquita de alto uso”, dizem os especialistas.

O caminho pela frente é muito longo e cheio de obstáculos, mas esse resultado demonstra o que os estudiosos já afirmavam: não será fácil, mas podemos salvar as vaquitas.

Fonte: GreenMe Brasil

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