Ciência

Primeira imagem “crua” de Saturno é feita pelo James Webb

Por Luísa Costa

O Telescópio Espacial James Webb (JWST, na sigla em inglês) observou Saturno pela primeira vez, e o resultado é a imagem que você vê acima. Não é um clique colorido e deslumbrante como estamos acostumados — nem um bom candidato para wallpaper. Mas é um spoiler do que vem por aí.
A imagem em preto e branco consiste em dados coletados pelo telescópio que ainda precisam passar pelo processamento dos astrônomos. Esta e outras imagens “cruas” foram divulgadas no site JWST Feed, que contém todos os dados coletados pelo James Webb desde que ele começou a funcionar em meados de 2022.

O James Webb fez estes cliques do gigante gasoso entre 24 e 25 de junho. A observação foi parte de um projeto do astrônomo Leigh Fletcher, da Universidade de Leicester, da Inglaterra, que pretende observar o planeta, seus anéis, suas luas e atmosfera.

Saturno em preto e branco
O James Webb é como o Hubble e outros telescópios espaciais: ele não captura imagens coloridas como a câmera do seu celular. Todas as imagens capturadas são em preto e branco, porque refletem apenas quantos fótons (minúsculas partículas que constituem a luz) chegaram ao detector de um de seus instrumentos.

O James Webb tem dois sistemas de câmeras: a Near Infrared Camera (NIRCam) e o Mid-Infrared Instrument (MIRI). Ambos “enxergam” infravermelho, ou seja, captam ondas eletromagnéticas mais compridas e menos energéticas do que aquelas que nosso cérebro entende como luz visível, do vermelho ao violeta.

A NIRCam capta ondas infravermelhas próximas à luz visível — near-infrared, em inglês, significa “infravermelho próximo”. O MIRI, por outro lado, trabalha com o “infravermelho médio” (mid-infrared), mais distante da luz visível. Os sistemas podem operar em conjunto, mas a imagem de Saturno é obra da NIRCam.

Depois da transmissão à Terra, os astrônomos processam as imagens aplicando filtros diversos. Este é um trabalho que torna as imagens coloridas, brilhantes e da maneira que gostamos de vê-las — mas destaca, sobretudo, um monte de informações úteis para os astrônomos.

Fonte: GizModo

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