Saúde

Primeira pílula para depressão pós-parto é aprovada nos EUA

FDA aprova primeira pílula para depressão pós-parto, Zurzuvae, que promete alívio rápido e eficaz aos sintomas em novas mães

Por Ana Luiza Figueiredo

A Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos Estados Unidos aprovou, na última sexta-feira (4), a primeira pílula para tratar a depressão pós-parto, uma importante conquista no campo da saúde mental materna. A condição afeta uma em cada oito novas mães nos Estados Unidos e 25% das mães brasileiras. Esta nova opção de tratamento foi nomeada como Zurzuvae e a Sage Therapeutics, em parceria com a Biogen, é a responsável pela fabricação e venda da pílula, que estará disponível no mercado americano ainda este ano.
A Zurzuvae é uma pílula de uso diário, projetada para ser tomada ao longo de duas semanas. O grande diferencial é sua capacidade de aliviar os sintomas depressivos em questão de dias, em comparação com as semanas ou meses necessários para os antidepressivos mais antigos. Além disso, a pílula oferece uma alternativa mais conveniente em relação às terapias intravenosas disponíveis atualmente.

O Dr. Kristina Deligiannidis, diretor de saúde comportamental da mulher no Zucker Hillside Hospital, Nova York, destacou a importância da Zurzuvae ao WSJ ao afirmar que “será uma ferramenta vital para melhorar rapidamente o funcionamento dos pacientes”. Ele acrescentou que a pílula pode ajudar as mães a se recuperarem mais rapidamente, permitindo que interajam melhor com seus bebês e suas famílias.

(Foto: Shutterstock)

Apesar da aprovação da FDA, a introdução da Zurzuvae nos Estados Unidos será adiada em cerca de 90 dias para que seja avaliada pela Administração de Fiscalização de Drogas (DEA). A expectativa é que a DEA classifique o medicamento como uma substância controlada com baixo potencial de abuso, seguindo a mesma designação de medicamentos antiansiedade como Xanax e Valium, que afetam uma parte semelhante do cérebro.

A ação da Zurzuvae, também conhecida pelo nome químico zuranolone ou zuranolona, incide sobre um receptor cerebral chamado GABA, que desacelera a atividade cerebral e auxilia no controle da ansiedade e do estresse. A droga tem a capacidade de produzir um efeito calmante que permite um melhor descanso às mulheres que enfrentam a insônia comum na depressão pós-parto.

A pesquisa clínica que respaldou a aprovação da Zurzuvae concentrou-se em mulheres com sintomas depressivos de moderados a graves, que impactavam significativamente suas atividades diárias. Mulheres nessas condições relatam intensa tristeza e falta de interesse em estabelecer vínculos com seus bebês, podendo até mesmo negligenciar cuidados básicos, como trocar fraldas ou atender aos choros dos pequenos.

Zurzuvae se assemelha a outro medicamento fabricado pela Sage, o Zulresso, que foi aprovado em 2019 como o primeiro medicamento especificamente para depressão pós-parto. No entanto, o Zulresso é administrado através de uma infusão intravenosa contínua ao longo de dois dias, o que o torna impraticável para muitas mulheres. Em contraste, a Zurzuvae pode ser tomada oralmente, simplificando muito o processo de tratamento.

Uma recente pesquisa clínica demonstrou que a Zurzuvae reduziu os sintomas de depressão pós-parto em quase 55% após duas semanas de tratamento, em comparação com uma redução de 40% nos pacientes que receberam placebos. Os efeitos colaterais mais comuns foram sonolência, tontura e sedação.

Fonte: Olhar Digital

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