Bem-estar

Morar perto de áreas verdes pode adicionar dois anos e meio à sua vida

Quer viver mais? Residir próximo a espaços verdes pode ser a resposta, segundo pesquisa

Por Marcia Sousa

Cirurgias plásticas e cosméticos diversos fazem mil promessas de rejuvenescimento, mas a fonte da juventude pode estar na natureza. Um novo estudo da Universidade Northwestern, nos EUA, revela que ter acesso a parques e jardins comunitários no bairro pode retardar o envelhecimento biológico.
Publicado na revista científica Science Advances, o estudo aponta um cálculo preciso: pessoas que vivem próximo de espaços verdes podem ser biologicamente dois anos e meio mais jovens, em média, do que aquelas que não moram perto de áreas verdes. Os benefícios dependem, no entanto, de uma exposição prolongada.

Quando pensamos em manter-nos saudáveis à medida que envelhecemos, normalmente focamos em coisas como comer bem, fazer exercício e dormir o suficiente”, diz Kyeezu Kim, PhD, primeira autora do estudo e pós-doutoranda em Medicina Preventiva. “No entanto, a nossa investigação mostra que o ambiente em que vivemos, especificamente a nossa comunidade e o acesso a espaços verdes, também é importante para nos mantermos saudáveis”, completa.

Este estudo é o primeiro a investigar o efeito da exposição de longo prazo (cerca de 20 anos de exposição) nos espaços verdes urbanos e no envelhecimento biológico, especificamente usando a idade epigenética (a medição da idade biológica, que pode ser diferente da idade cronológica) baseada na metilação do DNA.
A idade epigenética baseada na metilação do DNA refere-se a alterações químicas no DNA que podem influenciar vários resultados de saúde relacionados à idade. A idade epigenética é um biomarcador do envelhecimento associado a doenças relacionadas à idade e à mortalidade.

Basicamente, usando o DNA do sangue, a pesquisa foi capaz de medir a idade biológica em nível molecular, analisando pequenas mudanças na forma como os genes relacionados ao processo de envelhecimento funcionam.
A pesquisa analisou um grupo de mais de 900 pessoas em quatro cidades dos Estados Unidos. Houve variações nos benefícios dos espaços verdes para o envelhecimento biológico com base na raça, sexo e status socioeconômico — pesquisas futuras devem investigar o papel de determinantes sociais da saúde.

Acreditamos que as nossas descobertas têm implicações significativas para o planeamento urbano em termos de expansão da infraestrutura verde para promover a saúde pública e reduzir as disparidades na saúde”, afirma Kim.

Fonte: CicloVivo

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