Política

Intervencionismo: movimento de direita ou movimento criminoso golpista?

Por Carlos Leonardo Campos

O clamor popular por uma intervenção militar suscita questões complexas e controversas. Durante esse movimento, as Forças Armadas demonstraram simpatia? O alto comando adotou medidas para validar o artigo 142 da Constituição? Houve algum pedido formal de socorro por parte de alguma das instituições, alegando que o STF desrespeitava a harmonia dos poderes, embora essa questão seja evidente?
É crucial compreender que esse movimento surgiu em paralelo ao processo de impeachment. Originado em setores alinhados ao período militar, muitos deles associados ao Clube Militar, essas discussões foram distorcidas, simplificando visões complexas do passado militar.

Uma pergunta que se destaca é: Como classificar alguém como traidor quando não há evidências claras de apoio à intervenção militar, sem um pedido formal das autoridades para intervir devido a uma desordem nos poderes? Existem falhas e incoerências nesse movimento que exigem reflexão aprofundada.
É fundamental destacar que o impeachment ocorreu sem a necessidade de intervenção militar, com base nas ações da Operação Lava Jato, que expôs evidências de corrupção no governo do PT. A verdade por trás desse movimento intervencionista é clara: algumas pessoas, influenciadas por uma visão romantizada do passado, idealizam o exército como um salvador perfeito, o que equivale a sugerir um ato criminoso contra o Estado.

Lamentavelmente, segundo narrativa da direita, a esquerda brasileira percebeu a oportunidade de se infiltrar nesse movimento, levando aos eventos de 08/01/23, quando manifestantes ocuparam os três poderes.
Um erro significativo da direita foi não perceber que esse movimento estava infiltrado por aqueles que defendiam ações contra o Estado, algo totalmente discordante da ideologia de direita. Portanto, é imperativo reconhecer essas falhas e corrigi-las, pois a persistência desse discurso pode legitimar futuras ações judiciais e do Ministério Público contra os movimentos políticos.

Carlos Leonardo Campos
Atualmente ocupa a função de Coordenador Especial das Comissões Permanentes na Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo.
É Professor de História, formado na Ufes, foi ex-presidente da Adires, Associação dos diretores das escolas estaduais no estado do ES
Coordenou o movimento de impeachment da Dilma

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