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Violência Doméstica — Rompendo o silêncio

Delegado federal Márcio Greik ministra palestra “Violência Doméstica” no Auditório da URS de Boa Vista II, Serra, ES

A cada minuto no Brasil cinco mulheres foram agredidas física ou verbalmente somente em 2022 (DataFolha/FBSP), ou seja, 18,6 milhões de mulheres relataram ter sido vítimas de algum tipo de violência ou agressão. Quando falamos de feminicídio, no mesmo ano houve alta de 6,6%, em relação a 2021, quando foram contabilizados 100 casos (Fonte: 17ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública). Num ranking de 84 países, de acordo com estudos oficiais, o País amarga a vergonhosa sétima posição, com 92 mil assassinatos registrados entre 1980 a 2010.
Mas a violência doméstica não se restringe somente às mulheres, uma vez que, no meio familiar, não só elas podem ser vítimas como também filhos, avós e até mesmo o homem, o que elevaria assustadoramente os índices. Mas afinal, o que fazer? Qual a responsabilidade do Estado? Qual é a responsabilidade da sociedade nessa luta e como denunciar?

Para o delegado federal Márcio Greik — que este ano iniciou uma campanha com o tema: “Violência Contra as Mulheres”, palestrando para instituições filantrópicas, igrejas, associações e empresas — a participação da sociedade é fundamental nessa luta, que é um grande desafio para o Estado.

A violência contra as mulheres tem sido um grave problema enfrentado pelo Estado brasileiro e as forças de segurança não têm conseguido reduzir esse número a níveis menores. Acredito que só vamos melhorar a proteção das nossas mulheres quando a sociedade fizer a sua parte nessa batalha, com maior participação. Precisamos formar um grande exército de defensores não só das mulheres, mas das famílias e quando a gente sentir alguma ameaça, algum ambiente hostil, uma situação que está em desacordo com a normalidade a gente denunciar para os órgãos de segurança pública para que possa haver esse combate. Nossas mulheres são vítimas e esse problema, na maioria das vezes, acontece no seio familiar, numa relação de proximidade onde a mulher acaba sendo subjugada por homens covardes que usam a força para agredir as mulheres”, pontuou.

Violência doméstica contra mulher (Foto: iStock)

O delegado ainda destacou a Lei Maria da Penha como um grande avanço na luta contra a violência doméstica.

Além dos crimes de caráter sexual temos o crime de feminicídio, que vem crescendo assustadoramente. Acredito que, a partir do momento que a sociedade se colocar como agente nesse processo de defesa da mulher, diminuiremos drasticamente os índices atuais. A Lei Maria da Penha é um grande avanço, é uma lei que tem dado ferramentas para a polícia, para o Estado e para a justiça combater esses criminosos. Não há perdão, a lei é dura contra esses covardes, mas ainda não estamos conseguindo o efeito eficiente e desejado nesse combate que, na minha visão, só vamos melhorar esses números mesmo quando a sociedade se fizer mais presente”, finalizou.

A palestra “Violência Doméstica” desta semana, ministrada pelo delegado Márcio Greik, foi realizada no Auditório da Unidade Regional de Saúde (URS), da comunidade Boa Vista II, município da Serra/ES e contou com apoio do Jornal Fatos & Notícias e do Instituo Projeto Educa Basquete (PEB). Existem diversos serviços e instituições que podem prestar o atendimento e o apoio necessários para romper o ciclo da violência.

  • Ligue 190 — PMDF
  • Ligue 180 — Central de Atendimento à Mulher
  • Delegacia Especial de Atendimento à Mulher — Deam
  • Ligue 197 — Disque-Denúncia
Haroldo Filho

Haroldo Filho

Jornalista – DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

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