Meio ambiente

Vespas-de-darwin raras são encontradas em floresta do Brasil

Cientistas encontraram grupos diversos de vespas-de-darwin na Mata Atlântica do Rio de Janeiro, contrariando ideia de que vivem no frio

Por Bárbara Giovani

Por muito tempo, pesquisadores acreditaram que as vespas-de-darwin (da família Ichneumonidae) viviam apenas em regiões com climas frios. Agora, uma nova pesquisa de campo mudou essa crença: exemplares apareceram em grupos na Reserva Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, em um trecho de Mata Atlântica.
A pesquisa foi realizada por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia no Brasil, em colaboração com a Universidade de Turku, na Finlândia. Os resultados estão na revista Insects. Apesar de preferirem regiões mais frias do planeta, as vespas-de-darwin já foram encontradas em todos os continentes do mundo, exceto na Antártica.
Recentemente, relatos de sua presença em locais tropicais começaram a levantar dúvidas sobre essa suposição. Pensando nisso, pesquisadores partiram para uma montanha na Mata Atlântica brasileira para entender quão comum elas eram em um ambiente tropical.

Existem 1.700 espécies de vespas desse gênero descritas em todo o mundo. Encontramos, em apenas uma montanha na floresta tropical 98 espécies dessas vespas, três quartos das quais não puderam ser nomeadas”, contaram os autores no estudo.

Conforme as pesquisas continuam, eles esperam conseguir identificar corretamente esses exemplares. Há esperança de que muitas pertençam a espécies novas, jamais descritas pelos cientistas. Os cientistas relataram que a alta biodiversidade da vespa-de-darwin ocorria em altitudes médias e baixas da montanha, mas não em altitudes elevadas. Segundo eles, isso dá alguma orientação sobre onde concentrar esforços de conservação para essa população.

Vespas são muito importantes para a cadeia alimentar. Isso porque parte delas se reproduz parasitando outros insetos e aranhas até atingirem o tamanho adulto. Depois que crescem, matam o inseto hospedeiro. Esse comportamento de certa forma chocou Charles Darwin, uma vez que não representava a beleza das relações na natureza e sim o jogo da sobrevivência. Por este motivo, elas são até hoje chamadas de vespas-de-darwin.

Embora isso tenha surpreendido o naturalista, o que o inseto faz é muito importante, pois regula as populações dos animais que parasitam e permite que muitas espécies diferentes coexistam. Contudo, as vespas também são bastante vulneráveis às atividades humanas. Uma vez que as pessoas reduzem o número de insetos, diminuem também aquilo do que as vespas se alimentam. Dessa forma, a conservação das espécies tem sido ameaçada nas últimas décadas.

Fonte: Giz Brasil

Luzimara Fernandes

Luzimara Fernandes

Jornalista MTB 2358-ES

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