Política

ONG fundada por secretário de Marina Silva recebeu R$ 140 milhões em doações e gastou 80% com salários e serviços

Entre 2021 e 2022, a ONG Instituto Socioambiental (ISA), fundada por ambientalistas, entre eles, o secretário-executivo João Paulo Capobianco, do ministério de Marina Silva, recebeu quase R$ 140 milhões de doações de grupos internacionais, nacionais e do Fundo Amazônia.
Do total, nesses dois anos, R$ 115 milhões foram destinados para custear folha de pagamento, serviços externos, consultorias, viagens, entre outras atividades, conforme documentos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs obtidos por Oeste. Portanto, pouco mais de 80% ficou para manter a estrutura do próprio ISA.

Para ter ideia dos gastos, a ONG desembolsou aproximadamente R$ 50 milhões, com pessoal, e R$ 7 milhões com deslocamentos, no período. O site da instituição não informa de maneira clara a quantidade de funcionários que tem. A CPI descobriu ainda, na última quarta-feira (22), que o presidente do Conselho Diretor do ISA, Márcio Santilli, tem uma empresa que presta consultoria, por fora, para o próprio ISA. Santilli, contudo, após admitir a informação, não disse qual o valor dos contratos.

Relatório de diligência da CPI das ONGs mostra exploração de indígenas em Pari-Cachoeira (AM)
O ambientalista esquivou-se de uma pergunta feita pelo presidente da CPI, senador Plínio Valério (PSDB-AM), sobre o processo seletivo do ministério de Marina Silva vencido pelo ISA em outubro. Desde aquele mês, o ISA atua na Comissão Nacional para Recuperação da Vegetação Nativa, responsável por delinear estratégias de enfrentamento do desmatamento.

ONG ligada a Marina Silva gastou 80% de R$ 35 milhões do Fundo Amazônia com consultorias e viagens
Há quase um mês, Oeste revelou que a ONG Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), da qual Marina Silva é conselheira honorária, recebeu do Fundo Amazônia, no ano passado, R$ 35 milhões. Desse montante, o Ipam gastou cerca de 80% com consultorias, viagens e folha de pagamento. Marina é também membro do comitê do Fundo que destina recursos para ONGs.

Marina Silva se irrita com pergunta sobre cargo em ONG

(Foto: Estadão Conteúdo)

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, se irritou, nesta segunda-feira (27), durante audiência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs, depois de o presidente da CPI, senador Plínio Valério (PSDB-AM), citar o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), do qual a ministra é conselheira honorária.

Vossa excelência quer repetir isso de forma retórica e política”, rebateu Marina, após fala de Valério. “Eu já havia respondido”.

Mesmo depois de Valério tentar transferir a palavra a outro parlamentar, Marina se exaltou e continuou falando, para, segundo ela, responder a uma pergunta do relator da CPI, Márcio Bittar (União Brasil-AP), a respeito de uma doação milionária do Fundo Amazônia a uma ONG que barrou obras no Acre. Valério observou que a ministra estava na CPI das ONGs, e não na COP 28.

Marina Silva e ONG na mira da CPI
O diretor-executivo do Ipam, André Guimarães, revelou que Marina é conselheira honorária da ONG que recebeu, em 2022, R$ 35 milhões do Fundo, dos quais 80% foram para custeio de folha de pagamento, viagens e consultorias. Durante oitiva da CPI, Marina admitiu ocupar o cargo, mas disse que os gastos da ONG estão regulares, conforme um relatório do Tribunal de Contas da União.

Fonte: Portal Grande Ponto

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