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Colapso iminente de mina pode gerar buraco gigante em Maceió

Minas de sal-gema são exploradas pela empresa Braskem, a mesma responsável pelo afundamento de pelo menos cinco bairros na cidade anos atrás. Confira os riscos

Por Gabriel Andrade

Após mais de cinco anos do afundamento de bairros de Maceió (AL), a Defesa Civil da cidade voltou a alertar moradores de que uma das minas de sal-gema está em “risco iminente de colapso”. Caso ocorra, uma cratera gigante se abrirá na superfície em uma área desabitada do bairro do Mutange, na capital alagoana.
As minas são exploradas pela empresa Braskem, a mesma responsável pelo afundamento de pelo menos cinco bairros na cidade anos atrás. Após este novo alerta, os trabalhadores da mina foram retirados. A Defesa Civil explicou que tremores de terra registrados nos últimos dias agravaram a situação da região.

Por precaução e cuidado com as pessoas, reforçamos, mais uma vez, a recomendação de que embarcações e a população evitem transitar na região”, afirmou o órgão.

Em nota, a Braskem afirmou que o sistema de monitoramento do solo registrou “microssismos e movimentações atípicas” em um local específico nas proximidades do Mutange. Além disso, o Ministério Público Federal pediu explicações à companhia sobre a possibilidade de colapso na mina. Órgão afirmou ainda que, neste momento, recomenda “a intensificação de todas as medidas de proteção das pessoas e de comunicação à sociedade”.

A prefeitura decretou situação de emergência na cidade por 180 dias. Assim, pelo quadro emergencial, todos os órgãos que integram a Administração Pública vão atuar conjuntamente em ações de resposta ao desastre. Principalmente no atendimento à população atingida, reabilitação das áreas atingidas e reconstrução.

Além disso, a prefeitura de Maceió ainda autoriza a convocação de voluntários para reforçar as medidas e iniciar mobilizações, com campanhas de arrecadação de donativos e recursos junto à comunidade, para facilitar as ações de assistência e dar uma resposta rápida aos afetados.

Relembre o desastre em Maceió
As minas da Braskem em Maceió são cavernas abertas pela extração de sal-gema durante décadas de mineração na região. Importante lembrar que o sal-gema pode ficar até mil metros de profundidade e demanda escavações pesadas para ser alcançado. Ou seja, a atividade pode desestabilizar o solo.

No caso de Maceió, a exploração foi desenfreada: a Braskem abriu 35 minas no subsolo para extrair sal-gema durante os últimos 40 anos. Por causa dos tremores de terra e o afundamento dos bairros que começou em 2018, essas cavernas estavam sendo fechadas desde 2019. Nesta época, o Serviço Geológico do Brasil (SGB) confirmou que a atividade realizada havia provocado o fenômeno de afundamento do solo na região. Isso obrigou a interdição de uma série de bairros da capital.

Em julho de 2023, a prefeitura da cidade fechou um acordo com a empresa. Assim, assegurando ao município uma indenização de R$ 1,7 bilhão em razão do afundamento dos bairros. Juntamente com isso, a administração municipal afirmou que os recursos serão destinados à realização de obras estruturantes na cidade e à criação do Fundo de Amparo aos Moradores (FAM).

Fonte: Giz Brasil

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