Saúde

Nova técnica facilita impressões 3D de órgãos humanos

Novo método utiliza ondas de ultrassom e tinta especial para impressões 3D de órgãos com maior precisão e de maneira não invasiva

Por Alessandro Di Lorenzo

Uma técnica desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, pode revolucionar as impressões 3D para fins médicos. A partir de ondas de ultrassom dentro do corpo humano será possível criar partes de órgãos e outras estruturas com maior precisão e de maneira não invasiva.
O novo método é mais eficiente do que o anterior, que envolvia luz.
A nova tecnologia faz uso de tintas injetadas sensíveis ao som e é chamada de Impressão Acústica Volumétrica de Penetração Profunda (DVAP, na sigla em inglês). As ondas de ultrassom penetram mais de 100 vezes mais fundo nos tecidos do corpo humano, permitindo manter a precisão espacial. Isso é possível graças ao efeito sonotermal, quando ondas sonoras são absorvidas e aumentam a temperatura. As informações são da Universidade de Duke.

O segredo da nova técnica é um tipo especial de tinta chamada sonotinta, composta de hidrogéis, micropartículas e moléculas reativas a ondas de ultrassom, que é injetado no corpo. Através de uma sonda de impressão ultrassom, as ondas são projetadas na tinta, fazendo com que suas partículas se unam e se solidifiquem em estruturas intrincadas.

Após o procedimento, o restante da tinta pode ser removido usando uma seringa. A substância é versátil, e sua fórmula pode ser modificada para ter mais ou menos durabilidade, capacidade de degradação e até mesmo cores diferentes.
Foram feitos três testes. No primeiro, a sonotinta foi usada para selar uma seção do coração de uma cabra, o que normalmente requer uma cirurgia de peito aberto. Penetrando por 12 mm de tecido, o procedimento colou a tinta ao tecido cardíaco sem causar danos, e o material flexível aguentou os batimentos do animal com sucesso.

No segundo experimento, foram demonstradas as capacidades de reconstrução e regeneração ao injetar a substância em uma perna de galinha defeituosa, se ligando ao osso através de 10 mm de pele e músculo sem danificar os tecidos no entorno. Já no último teste, foi injetado um medicamento quimioterápico comum ao fígado, onde os hidrogéis solidificados liberaram a droga lentamente. Apesar dos avanços, são necessários novos estudos antes que a nova técnica passe a ser utilizada pelos médicos em hospitais e outras instituições de saúde.

(Foto: Universidade Duke/Faculdade de Medicina de Harvard)

Fonte: Olhar Digital

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