Tecnologia & Inovação

Prancha transparente é fabricada com algas

Designer francês desenvolveu uma prancha inspirada na natureza, impressa em 3D com materiais mais sustentáveis

Por Natasha Olsen

Surfistas são pessoas que têm uma ligação muito forte com o mar e, muitas vezes, se envolvem em projetos de preservação e despoluição de praias e oceanos — especialmente ameaçados pela poluição plástica. No entanto, as pranchas usadas por estes amantes do mar são feitas de poliuretano, um material que não é muito amigo do meio ambiente.
Um estudo conduzido pela Universidade de Berkeley em parceria com a Universidade de Wollongong, mostra que uma única prancha pode criar liberar 375 libras (0,170097 toneladas métricas) de CO₂ no processo de produção e emitir até 600 libras (0,272155 toneladas métricas) ao longo de seu ciclo de vida. Esses números se multiplicam quando consideramos que um surfista usa diversas pranchas ao longo da vida e, em muitos casos, tem diferentes pranchas, para serem usadas em condições específicas.

O site australiano Surfer Today calcula que a pegada de carbono anual da indústria do surf some cerca de 450 milhões de libras de CO₂, considerando um número de 750 mil pranchas de surf. Para reverter este quadro, designers de pranchas de surf buscando alternativas ecológicas ao processo tradicional de construção de pranchas de espuma com resina epóxi.

Um exemplo são as as pranchas de surf Paradoxal: impressas em 3D, fabricadas com material à base de algas sargassum. Produzidas pelo designer francês Jérémy Lucas, as pranchas são numa alternativa mais sustentável — visualmente muito bonitas.

As algas usadas como matéria-prima foram coletadas na praia de Ris, na Espanha. A estrutura e design das pranchas foram inspiradas no formato de “favo de mel”, nanoestruturas presentes dentro das próprias algas. Além das algas, a produção das pranchas inclui “termoplásticos, materiais rígidos e fibras de origem biológica” e a impressão 3D desta mistura. Com isso, a Paradoxal consegue criar designs de formatos únicos que são reforçados em áreas específicas, tornando toda a construção mais durável e resistente às condições do oceano.

As estruturas circulares garantem mais robustez porque são flexíveis e se tornam o principal benefício da impressão 3D. Vale lembrar que uma prancha mais resistente, tem uma vida útil maior e se torna mais econômica e ecologicamente correta. Infelizmente, surfistas vão ter que esperar um pouco para deslizar sobre as ondas com as pranchas feitas de alga. Neste momento a Paradoxal está produzindo uma quantidade limitada para testes e, de tudo der certo, a venda em escala comercial deve começar em cerca de um ano.

Fonte: CicloVivo

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