Refeições em família promovem a felicidade, diz estudo
Pesquisa revela uma ligação significativa entre a frequência de comer juntos e a melhoria do bem-estar
Dividir a mesa com quem a gente ama nutre não só o corpo, mas também o nosso bem-estar. Esta afirmação vem de uma pesquisa da Universidade de Minnesota que trouxe novas descobertas sobre a profunda ligação entre refeições partilhadas e felicidade geral. As principais conclusões do estudo indicam uma forte correlação positiva entre a frequência com que as pessoas se reúnem à mesa durante as refeições e o aumento da conexão, a redução dos sintomas depressivos e a melhora do humor. Além disso, foram encontradas correlações positivas significativas entre a frequência de refeições compartilhadas e a felicidade dos adultos.
O estudo, apoiado pelo Grupo Barilla, avaliou durante cerca de três décadas famílias de três países — Estados Unidos, Itália e Alemanha — com mais de mil participantes de cada país. As evidências sugerem que as refeições compartilhadas não só contribuem para evitar sintomas depressivos e resultados negativos para a saúde, mas também promovem emoções e sentimentos positivos, reforçando a importância da família e das refeições compartilhadas na saúde e no bem-estar dos indivíduos.
Os benefícios para a saúde de fortes conexões sociais estão bem documentados. Um estudo de meta-análise publicado em 2022 sobre saúde mental, sugere que a solidão está associada a um início subsequente de depressão ou ansiedade, enfatizando o papel fundamental do apoio social na saúde mental. O estudo mais recente foi publicado em 1º de março de 2024 na revista Family, Systems, and Health (Família, Sistemas e Saúde) e revela evidências convincentes que apoiam a importância da união ao redor da mesa.
É importante saber que os benefícios das refeições compartilhadas vão além de evitar impactos negativos para a saúde e menos sintomas depressivos. Essa pesquisa mostra que as refeições familiares promovem felicidade e emoções positivas”, comenta William Doherty, professor da Universidade de Minnesota.
Sem dúvida, as refeições desempenham um papel central, tanto para reunir as pessoas em torno da mesa quanto para criar laços afetivos mais fortes. É importante observar que quase 50% dos adultos dos três países participam de seis ou mais refeições familiares ou compartilhadas por semana. Embora o jantar seja a refeição compartilhada mais prevalente, com 65% em todos os países, a maior frequência de refeições compartilhadas ocorre aos finais de semana. Além disso, a maior frequência de refeições compartilhadas ocorreu na Itália, com 74% dos adultos relatando seis ou mais refeições semanais.
“A Barilla acredita que promover conexões verdadeiras ao redor da mesa não é apenas uma tradição, mas uma poderosa ferramenta de cultura alimentar, capaz de melhorar a qualidade de vida de indivíduos e comunidades”, diz Valéria Rapetti, diretora de Nutrição e Bem-Estar do Grupo Barilla.
Comer e conversar
De acordo com o estudo, mais de 50% dos adultos relataram que a comida no prato era um dos tópicos de conversa mais frequentes durante a refeição. Nos EUA, esse foi, de longe, o tópico mais comentado, com 58% das pessoas declarando que frequentemente se envolvem em discussões sobre os pratos que estão saboreando, seguido por eventos atuais (45%) e programas de TV ou filmes (41%). Na Alemanha e na Itália, o principal tópico de conversa foram notícias e eventos atuais (respectivamente quase 69 e 68%), e a comida ficou bastante próxima, em segundo lugar.
Como as pessoas em todo o mundo continuam tendo que lidar com agendas lotadas e prioridades conflitantes, os resultados deste estudo servem como um poderoso lembrete da importância de reservar tempo para refeições compartilhadas. Seja em um brunch descontraído no fim de semana ou em um jantar rápido durante a semana, os benefícios de se reunir à mesa são inegáveis.
Outros resultados importantes da pesquisa
Refeição preferida para compartilhar com outras pessoas
Mais de 65% dos entrevistados do estudo revelam que o jantar é a melhor refeição para compartilhar com outras pessoas, uma porcentagem global que aumenta para quase 77% durante os finais de semana. Nos EUA e na Alemanha, os cafés da manhã durante os fins de semana também são momentos importantes para compartilhar refeições (69% e 84%, respectivamente), enquanto na Itália o almoço é apontado como outro momento de compartilhamento por 80% dos entrevistados. Além disso, a maior prevalência de não fazer refeições em família ocorreu nos EUA, com 10%.
Preparação de refeições e limpeza como rituais sociais
Italianos e alemães também se reúnem para preparar a refeição: 57% dos italianos e 51% dos alemães relataram que pôr a mesa era uma atividade frequente feita em conjunto, e o envolvimento na preparação das refeições também era mais prevalente nesses dois países (47% para os entrevistados alemães e 43% para os italianos).
Embora os entrevistados norte-americanos tenham relatado níveis mais altos de estresse resultantes da realização de refeições em família, eles relataram níveis mais altos de conexão e melhora do humor após participarem de uma refeição compartilhada. No entanto, os alemães mostraram apenas correlações positivas entre a preparação da refeição, o compartilhamento e a melhora do bem-estar emocional, enquanto os italianos relataram uma melhora no humor durante o resto do dia após a refeição.
Dinâmica de jantar moderna
É menos provável que os italianos assistam a um programa de TV durante as refeições, pois eles são considerados uma distração. Da mesma forma que os entrevistados alemães, eles preferem discutir eventos atuais e política.
No entanto, o hábito de assistir a programas de TV foi maior nos EUA; esses entrevistados relataram a maior prevalência de assistir a um programa antes (55%), durante (46%) e depois das refeições (59%), bem como de falar sobre o programa durante as refeições, provando como o elemento de entretenimento, além da refeição, pode promover a conexão.
Fonte: CicloVivo