Saúde

Tecnologia torna possível prever morte súbita do coração

Cientistas desenvolveram um novo algoritmo que analisa o ritmo cardíaco e prevê quando o coração corre risco de parar inesperadamente

Por Nayra Teles

A morte cardíaca súbita (MSC) é uma daquelas doenças que surgem sem aviso. Ela é caracterizada por uma perda de função cardíaca inesperada. Após os primeiros sintomas, a vítima pode vir a óbito em cerca de uma hora. Uma nova solução desenvolvida pela Universidade de Tampere, na Finlândia, promete tornar possível prever quando a condição pode ocorrer.
Trata-se de um algoritmo treinado para identificar alterações no ritmo cardíaco usando uma métrica específica. Os detalhes foram divulgados na revista JACC: Clinical Electrophysiology.

Como o algoritmo prevê quando o coração vai parar?
O algoritmo utiliza uma métrica chamada análise de flutuação sem tendência (DFA2 a1) para detectar variações nos intervalos de tempo entre os batimentos cardíacos.
Essas alterações podem indicar padrões associados à insuficiência cardíaca iminente, um indicador de morte cardíaca súbita.

O algoritmo não prevê exatamente quando o coração vai parar, mas sim identifica padrões que podem indicar um aumento significativo no risco de morte cardíaca súbita.
A partir da análise de frequência cardíaca de 2.794 adultos durante um período médio de 8,3 anos, eles descobriram que os intervalos de batimentos em repouso de pacientes de alto risco eram semelhantes aos de um coração saudável durante atividade física.

A tecnologia pode ser utilizada com sensores simples que podem ser incorporados em dispositivos como os smartwatches. Em apenas alguns minutos, o risco de morte cardíaca súbita é detectado, podendo ser tratado preventivamente.

Segundo a equipe de pesquisa, o novo algoritmo preditivo é mais preciso que métodos tradicionais de medição da aptidão cardiorrespiratória atuais. No entanto, ainda é preciso realizar mais experimentos para atestar sua eficácia.
O plano é aplicar a tecnologia em grupos maiores de pessoas. Além disso, verificar se ela funciona não apenas para prever a morte cardíaca súbita, mas também para outras condições que afetam o coração. Se o projeto der certo, o algoritmo pode potencialmente salvar vidas ao alertar indivíduos de alto risco antes que um evento do tipo ocorra.

Fonte: Olhar Digital

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