Arq & Urb

O impacto do design dos provadores na experiência de compra

Por Elaine Carminati

Quando se trata da experiência de compra em lojas de roupas, os provadores desempenham um papel fundamental. O design desses espaços não é aleatório; ele é pensado estrategicamente para influenciar o comportamento dos consumidores.
Os provadores, como os conhecemos hoje, surgiram no final do século XIX e início do século XX. Antes disso, as lojas de roupas funcionavam de maneira bem diferente. Os clientes geralmente compravam tecidos e encomendaram roupas sob medida, diretamente de alfaiates ou costureiras, ou adquiriam roupas prontas sem a possibilidade de experimentá-las na loja.

O conceito de provadores começou a ganhar popularidade com o advento das grandes lojas de departamentos. Essas lojas, que surgiram em meados do século XIX, revolucionaram o comércio ao oferecer uma grande variedade de produtos em um único local. Para incentivar as vendas de roupas, essas lojas começaram a oferecer espaços onde os clientes podiam experimentar as peças antes de comprá-las.

Um dos primeiros exemplos documentados de provadores surgiu na loja de departamentos americana Wanamaker’s, em Filadélfia, no final do século XIX. John Wanamaker, o fundador da loja, era um inovador no comércio e acreditava na importância de oferecer um excelente serviço ao cliente. Ele percebeu que, ao permitir que os clientes experimentassem as roupas, eles se sentiam mais confiantes em suas compras, o que aumentava as vendas e reduzia as devoluções.

O interior de uma antiga loja Wanamaker’s (agora uma filial da Macy’s) na Filadélfia, Pensilvânia (Fonte: Smithsonian Magazine)

Provadores pequenos são uma escolha comum em muitas lojas. Eles são projetados para acelerar o processo de experimentação, incentivando os clientes a tomar decisões rápidas. Esse tipo de design é ideal para lojas que desejam maximizar o fluxo de clientes, permitindo que mais pessoas utilizem os provadores em menos tempo. A ideia é que, com menos tempo disponível para experimentar as peças, o cliente tome uma decisão mais rápida, o que pode resultar em compras por impulso.

Por outro lado, lojas que investem em provadores maiores têm uma abordagem diferente. Esses espaços oferecem mais conforto e privacidade, permitindo que os clientes se sintam à vontade para experimentar várias peças e visualizar os looks com mais calma. Provadores espaçosos podem incluir até mesmo assentos e iluminação especial, criando um ambiente mais agradável. Esse tipo de design é ideal para lojas que buscam proporcionar uma experiência de compra mais relaxada e prazerosa, incentivando os clientes a passarem mais tempo na loja e, potencialmente, a comprar mais.

Loja da Amaro, Shopping Pátio Higienópolis (Fonte: Maira Acayba, Revista Veja SP)

A escolha entre provadores pequenos ou grandes depende do público-alvo e da estratégia de vendas de cada loja. Provadores menores podem ser mais eficazes em lojas que vendem roupas casuais e rápidas, enquanto provadores maiores são mais adequados para lojas de moda de alto padrão ou especializada. Independentemente do tamanho, o objetivo final é sempre o mesmo: criar uma experiência de compra que atenda às necessidades dos clientes e, ao mesmo tempo, impulsione as vendas.

Elaine Carminati
Arquiteta urbanista especializada em energia renovável e sustentabilidade
Instagram: @elainecarminati.arq

Related Posts

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

EnglishPortugueseSpanish