A espera

Ouço ao longe
Ruídos abafados,
Sons diminutos
E passos apressados
Vejo ao largo
Um excesso de
Nuvens, mais um
Arco-íris formado
E uma revoada
De pássaros
Sinto de leve
O aroma das
Flores, o cheiro
Do café coado
No bar ao lado,
Enquanto curto
O resto do seu
Perfume que
Ficou no carro
Toco nervoso
O copo de rum,
Enquanto tento
Acender mais
Um charuto cubano

Folheio aflito
Um livro antigo
De Neruda em
Busca de um
Novo poema
Que possa
Abrandar a
Minha alma
Angustiada
Tento, em vão,
Acabar com o
Tédio e matar
O tempo cruel
Que nos separa
Ah, Amor!
Como dói e
Como dura
Esta dor de te
Esperar para
Sempre