Flor rara é redescoberta em Ubatuba após 139 anos
Por Deise Aur
Uma redescoberta botânica surpreendente ocorreu em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Uma flor rara, que não era vista há 139 anos, foi reencontrada na Mata Atlântica da região. Essa descoberta foi feita por José Ataliba Gomes, um botânico do Departamento de Botânica da Unicamp, durante uma caminhada pela Serra do Mar.
O evento ocorreu em 2017, quando o fotógrafo Tiago Lima Marcelino, em um projeto aprovado pela Lei Rouanet, convidou Ataliba para uma expedição na Mata Atlântica. Durante a jornada, Ataliba encontrou a Griffinia ornata e, com a ajuda de especialistas, confirmou a raridade da planta.
A coloração distinta da planta chamou a atenção do botânico durante sua caminhada, o que o impulsionou a uma pesquisa detalhada conduzida pelo biólogo Antônio Campos-Rocha, que destacou a planta como símbolo da II Jornada Rio-São Paulo de Botânica em 2023.
A Griffinia ornata é uma espécie de lírio endêmica do Brasil. Sua última observação registrada foi em 1876 pelo botânico britânico Thomas Moore. Desde então, a planta foi considerada extinta até ser redescoberta recentemente em Ubatuba. Pertencente à família Amaryllidaceae, a Griffinia ornata tem características únicas, como até 24 flores lilases e brancas. A planta floresce entre os meses de outubro e dezembro, com frutificação a partir de novembro. Seu habitat natural é a Floresta Ombrófila Densa (úmida), localizada na divisa entre os estados do Rio de Janeiro e São Paulo.
Apesar da redescoberta, a Griffinia ornata enfrenta desafios de conservação por estar localizada em áreas vulneráveis fora de parques protegidos. Especialistas, como Antônio Campos-Rocha, destacam a necessidade de medidas urgentes para preservar a espécie, incluindo programas de reprodução em jardins botânicos. A Griffinia ornata é extremamente sensível a interferências ambientais e ao impacto humano, o que torna sua sobrevivência impressionante e sua conservação necessária.
A redescoberta da Griffinia ornata em Ubatuba renova o interesse pela flora da Mata Atlântica e destaca a importância da conservação e da pesquisa científica contínua para proteger as preciosidades naturais da biodiversidade brasileira.
Fonte: GreenMe