Raro filhote de baleia-jubarte branco é avistado por mergulhadores
Característica incomum do animal pode representar um caso de albinismo ou leucismo. Filhote recebeu nome Mãhina, “lua” em tonganês
Por Arthur Almeida
Em um evento raro, mergulhadores da Ocean Culture Life (OCL), organização em defesa da vida marinha, nadaram com um filhote de baleia-jubarte (Megaptera novaeangliae) de cor branca próximo ao arquipélago de Vava’u, em Tonga, na Oceania. O espécime é uma fêmea, que recebeu o nome de Mãhina (“lua” em tonganês). O encontro foi capturado pelo fotógrafo subaquático Jono Allen. Além do filhote, os registros mostram ainda uma jubarte fêmea, provavelmente a sua mãe, e um macho adulto.
Na legenda, Matt Porteus, cofundador da OCL e autor do post, afirma que Allen conseguiu ganhar a confiança da mãe imitando os seus movimentos.
Movida pela energia calma de Jono, a baleia levantou lentamente o seu filhote para a superfície, permitindo que interagisse conosco. Testemunhar essa comunicação silenciosa parecia parte de um ritual antigo, uma ponte de entendimento entre espécies”, escreve ele.
Albinismo ou leucismo?
As baleias-jubarte viajam para Tonga todos os anos, entre julho e novembro, para acasalar e dar à luz em suas águas mornas. Mas chances de ver um exemplar completamente branco são extremamente baixas. O filhote foi avistado pela primeira vez em agosto, e acredita-se que seja a primeira baleia-jubarte branca a nascer em águas tonganesas, em algum lugar ao redor da ilha de Vava’u.
De acordo com uma declaração enviada ao site IFLScience pela OCL, rastrear a dupla mãe-filha desde então provou ser uma missão “quase impossível”. Fato esse que torna esse encontro casual um evento ainda mais raro. Segundo os pesquisadores, a distinta coloração pode ser reflexo de um caso de albinismo ou leucismo. O albinismo é uma anomalia genética marcada pela ausência completa de melanina, um pigmento natural do corpo que fornece cor à pele. Por sua vez, o leucismo é uma condição é caracterizada por apenas uma falta parcial do pigmento.
Dado que Mãhina tem olhos bem pretos, a hipótese de leucismo parece ser a mais provável. Isso porque, geralmente, é mais comum que os animais com albinismo apresentem olhos de tonalidade vermelha ou rosa. No post, os mergulhadores ainda expressam preocupações em relação ao bem-estar do filhote. Apesar da coloração branca dar ao animal um aspecto único, esse pode ser também um elemento que possivelmente o tornará mais suscetível a predadores.
A mãe e o acompanhante masculino parecem estar fazendo um ótimo trabalho defendendo e mantendo Mãhina segura. Mas não sabemos se algum dia voltaremos a vê-la como um indivíduo adulto”, aponta Porteus.
Fonte: Um Só Planeta