Cultura

Os anos finais de Oswald de Andrade, cuja morte completa 70 anos

O dia 22 de outubro marca os 70 anos da morte de Oswald de Andrade, um dos maiores precursores do Modernismo no Brasil

Nesta terça-feira (22), completaram-se 70 anos da morte de Oswald de Andrade, um dos maiores precursores do Modernismo no Brasil. Nascido em São Paulo, em 1890, o escritor foi uma figura central na Semana de Arte Moderna de 1922, promovendo a ruptura com os padrões tradicionais da arte e defendendo uma nova forma de enxergar a realidade brasileira.
Com sua obra, ele buscou criar uma identidade nacional própria, livre da influência europeia, incentivando a valorização da cultura local. Um exemplo marcante desse esforço é seu “Manifesto Antropófago“, publicado em 1928, no qual ele propõe a ideia de “devorar” culturalmente o que vinha de fora, assimilando e transformando para criar algo genuinamente brasileiro.

Nos últimos anos de sua vida, Andrade encontrou refúgio e tranquilidade no Sítio Boa Sorte, localizado em Ribeirão Pires, na região do ABC paulista, repercutiu o g1. Entre 1951 e 1954, o escritor passou grande parte de seu tempo nessa propriedade, vivendo ao lado da esposa, Maria Antonieta D’Alkimin, e dos dois filhos, Marília e Paulo Marcos.

Sítio Boa Sorte, em Ribeirão Pires (Foto: Reprodução/g1)

Esse espaço foi um refúgio onde o escritor, sempre inquieto e envolvido em sua produção literária, encontrou uma paz que contrastava com o turbilhão de sua vida pública e artística.

Oswald tinha uma relação de criatividade e de produção literária com o sítio. Era um lugar de descanso, muito calmo. Ainda hoje é calmo, apesar da urbanização da cidade, mas, naquela época, década de 50, era mais calmo ainda”, contou o historiador Marcílio Duarte ao g1.

Na propriedade, ele escreveu, refletiu e produziu boa parte de sua obra final, incluindo possivelmente o livro “Um Homem sem Profissão”, segundo Duarte. Trechos de seu diário, publicados no livro “Diário Confessional” pela Companhia das Letras, revelam o profundo afeto que ele nutria pelo sítio.

A Boa Sorte me refaz. O seu milhão de árvores balançantes, verdes. As porteiras brancas. O conforto inglês, que vai da pintura discreta ao encerado verde, distinto, que recobre o piso do banheiro, o Chinês dono da casa, tudo, tudo, o jardim de inverno sobre o vale, o lago e a cidadezinha italiana. Se eu puder viver aqui, depois de viajar! Ainda!”, Oswald de Andrade, 2/11/1953.

Após a morte dele em 1954, o sítio foi vendido, mas a aura do local e sua ligação com a vida e obra do modernista permanecem vivas. Segundo o g1, o atual proprietário trabalhou na restauração do casarão, preservando a história desse espaço que foi tão significativo para o escritor em seus últimos anos.

Fonte: Aventuras na Historia

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