Saúde

Cerca de 70 milhões de pessoas têm mau hálito no Brasil, diz pesquisa; saiba como evitar

Segundo a Associação Brasileira de Halitose, condição está associada a causas diversas como doenças crônicas, ansiedade, estresse, hábitos alimentares e higiene

Considerado um tabu para muita gente, a halitose ou o mau hálito, como é conhecido, atinge cerca de 30% da população mundial, afetando aproximadamente 2,5 bilhões de pessoas globalmente, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
No Brasil, a situação é ainda mais alarmante: 69 milhões de pessoas sofrem com a halitose recorrente, segundo estimativa da Associação Brasileira de Halitose (Abha). No entanto, apesar da alta prevalência, muitas vezes a condição pode ser resolvida com intervenções simples, como reforço da higiene bucal e mudanças de hábitos alimentares.

A Abha destaca a importância do Dia Nacional de Combate ao Mau Hálito, celebrado em 22 de setembro, como uma oportunidade para conscientizar a população sobre as causas e tratamentos da halitose. A campanha se estende até o Dia Nacional do Cirurgião Dentista, em 25 de outubro, com incentivos ao cuidado bucal.

Embora o mau hálito não seja considerado uma doença por si só, ele pode ser um sintoma de problemas de saúde tanto na boca quanto em outras partes do corpo. Aproximadamente 90% dos casos de halitose têm origem na cavidade bucal, sendo causados por condições como a periodontite (inflamação nas gengivas) e o acúmulo de biofilme lingual: camada de bactérias e células mortas que se forma na língua. Essas regiões, muitas vezes difíceis de alcançar com escova e fio dental, se tornam focos de mau cheiro.

Além disso, estresse, ansiedade e sinusites crônicas também podem estar associados à halitose, assim como distúrbios do sistema digestivo. Esse percentual de casos não orais — cerca de 10% — requer um acompanhamento médico mais aprofundado, uma vez que pode estar relacionado a doenças recorrentes.

Outro fator frequentemente ignorado são os medicamentos. Remédios utilizados para tratar diabetes e para perda de peso, como Ozempic e Saxenda, têm sido associados à halitose. Isso ocorre porque alguns medicamentos reduzem a produção de saliva, levando a uma condição chamada xerostomia, ou boca seca, que facilita o desenvolvimento do mau hálito.

Curiosamente, muitas pessoas que sofrem de halitose não percebem o problema devido à fadiga olfativa, um fenômeno que ocorre quando o indivíduo se acostuma ao próprio odor e não consegue mais detectá-lo. O mais comum é que pessoas próximas façam o alerta sobre a presença da halitose. Além disso, é importante prestar atenção a sinais como boca seca e sensação constante de mau gosto na boca, que podem indicar a necessidade de uma avaliação mais detalhada.

Uma das formas mais eficientes de identificar a halitose é por meio de um exame chamado Oral Chroma, considerado o medidor de hálito mais moderno do mundo. Trata-se de um equipamento que, por meio de um cromatógrafo, faz a leitura dos gases principais, gases causadores do mau hálito — compostos sulfurados voláteis.

É o exame considerado padrão ouro para o diagnóstico da halitose. Por meio dele, é possível mensurar a intensidade do mau hálito e diagnosticar a causa, facilitando o tratamento e acompanhamento”, explica a médica otorrinolaringologista, Lígia Maeda, especialista em halitose do Hospital Paulista.

A especialista explica que o exame é realizado através da coleta de ar da boca do paciente com uma seringa. Em seguida, essa amostra é inserida no cromatógrafo, que após oito minutos gera um gráfico com a quantidade de cada composto sulfurado volátil, juntamente com o laudo diagnóstico.

A partir desse resultado, é possível direcionar o tratamento com muito mais precisão, transmitindo maior segurança ao paciente. A solução pode ser simples, por meio da higiene oral adequada, incluindo, principalmente, a limpeza da língua, uso de fio dental e visitas regulares ao dentista. Além dos hábitos de higiene, indicamos manter uma alimentação saudável e balanceada, bem como hidratação correta ao longo do dia. Evitar hábitos como o consumo de álcool e cigarro também é importante na prevenção”, encerra a especialista.

Fontes: O Globo e Hospital Paulista

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