Cultura

Adeus tardio

Ah, como dói
Dizer adeus a
Quem se ama
De verdade

Soltar as mãos
E deixar ir,
Cuidar e velar
Só de longe

Todo adeus
É dolorido e deixa
Marcas profundas
Na alma de quem
Fica

Oh, quão difícil é
Soltar as amarras
Emocionais que
Nos prendem e
Jogar fora as bengalas
Invisíveis do apego
Ilusório

Dá um nó danado
Na garganta e um
Aperto no peito

O coração dispara,
A pressão sobe, a
Perna fraca bambeia
E as lágrimas correm,
Inevitavelmente,

A vida é inexorável
E segue sempre o
Seu fluxo, corre solta
E pede passagem

E o amor continua,
Pois, ele é persistente,
Silencioso e paciente,
O amor sempre vence
E se transforma

O amor é criativo
E benevolente, ele
Sempre acha novos
Caminhos e novas
Formas de se expressar

Então, é preciso
Aprender esta difícil
Arte de amar de longe,
De confiar em Deus e
De orar em silêncio

Aprender, enfim,
A conviver com
A saudade e ter
A coragem de soltar
As mãos dos que nos
São caros realmente

Cônscios de que
Tudo faz parte do
Processo da vida
E que tal é a lei do
Cosmos ordenado
Que nos cerca

Mário Vieira

Mário Vieira

Capixaba, casado, autor e advogado

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